sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A chuva

Por muito tempo olhei pro céu
e roguei por um pouco de chuva
Mas não havia nuvem por perto
então a vida era um deserto

uma chuva de qualquer carinho
pra molhar esse chão ressecado
não o deixar tão despedaçado
como o sabiá que canta sozinho

Assim só cantei minha ária
e duvidei enfim que fossem ouvir
pois como no fim o fim é cair
aceitei cantando a canção solitária

e já nem saía mais de capa
tinha me esquecido do verbo chover
o sentido muito repetido - esquecer
a solidão é multidão donde não se escapa

mas eis a surpresa - a chuva caiu
as plantas dormindo voltaram a crescer
minh'alma como se acabasse de nascer
no banho de chuva a alegria viu

e que sorte que nesse dia
deixei a capa em casa
larguei o mapa e voei na sua asa
voltei mais forte na manhã fria

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