sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Noites

Fecho os olhos
penso e fantasio
faço passar o tempo
abro os olhos e estou só

A culpa é da mente
por pensar sempre igual
e me fazer refém
de um sentimento guardado

Paro, me concentro
pra pensar em outra coisa
ouço uma música
leio um livro

Mas por mais que tente
volto ao ponto zero
todas as vezes sou traído
por mim mesmo nessas noites

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Um poeta

Sim, sou poeta
não dos melhores
nem dos mais charmosos

Ninguém se emociona
com o que escrevo
ninguém sabe, tampouco vê
mas escrevo

Sinto o mundo que vejo
sofro, choro e escrevo
não sorrio
deixo esse luxo para outros

Não de quem passa acordado
madrugadas a escrever
sofrimentos de uma vida

Que mesmo curta
parece que nunca acaba

sábado, 17 de setembro de 2011

No fim

Eu não escrevo pra ninguém
eu não tenho ninguém
escrevo como se alguém se importasse
Com algo que penso

Não devemos perder a esperança
provavelmente diria um otimista
mesmo que não exista motivo
para ter esperança

No meu velório
toquem música bacana
um rock'n'roll pra animar

Não chamem um padre
nem nada religioso
que sou agnóstico

E no atestado de óbito
uma dura constatação
Suicídio

...

Deus tenha piedade de minh'alma

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Falando Só

As vezes olho meus textos
E tudo que já escrevi
As madrugadas solitárias
dias tristes
a rotina entediante
E todo o meu negativismo

Se não há nada de novo
Se nada de bom surge
Por que ainda escrevo ?

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A Indiferença

No dia que eu morri
minha família chorou no velório
meus amigos lamentaram minha patida
Muitos falaram bem do morto

No dia seguinte, era domingo
Fazia Sol, todos foram pra praia

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

No sé, no sé

Venga a mí
que te quiero mucho
pero no sé
¿ que querés vos ?

Querés el cielo
azul con el Sol
gris con la lluvia
O negro con la noche

O entonces te gusta el mar
bravo como en marzo
claro como en el Caribe

Te daria todo
lo que es posible
y también lo imposible

Por que tengo ganas de amarte
pero no sé
¿ Que querés vos ?

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Do fundo da alma

Eu queria pedir ajuda
Gritar pro mundo me ouvir
estou desesperado e perdido
mas o mundo não se importa

As pessoas não se importam
sou mais um bastardo
um perdido no mundo
de pais muito novos
que não sabiam o que estavam fazendo
e talvez nem quisessem fazer

Nasci atrasando a vida
da minha família
de todo o mundo

Também não queria ter nascido
não escrever isso
que a minha ausência não fosse notada
(e nunca foi)

Não viver uma vida sem sentido
nascer pra simplesmente morrer no final
com todo o meio sendo um estorvo

Sortudos os que morrem dormindo
escaparam do sofrimento da vida
não sofreram com a morte