terça-feira, 14 de agosto de 2018

Sono



Deita
Fecha o olho
Tenta dormir
É preciso descansar
Esquecer o dia
Relaxar
O corpo precisa.

Para
Pensa
Pensa muito
Nos problemas
Nos complexos da mente
Se perde dentro de si
O sono ameaça ir embora

Mas precisa dormir
Começa a se estressar
Olha no relógio e está mais tarde
Não é possível puta que pariu

Tenta tudo de novo
Volta o ciclo vicioso
O sono já tá longe
Queria a calma de um monge
E dormir nesse quarto silencioso

Mas já são três da manhã.
Novamente você perdeu
Nem dormir conseguiu
Até pra isso um completo fracasso
Um PhD em derrotas
Especialista em revés.

Qualquer animal consegue
Basta fechar os olhos
Fugir desse ciclo
Caiu de novo
A mente pensa várias coisas
Parece o sol nascendo
Parece sua esperança morrendo

Não há mais luta
Foi nocauteado
Filho da puta

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Blues do tédio

Tic tac
sete e pouco
Não vejo gente
não vejo nada
Só ouço o barulho do tédio
Um silêncio na mente
Um vazio nesse prédio
Sem remédio - tô ficando louco

A hora insiste em não passar
Cabeça vazia - diz o ditado
É Oficina do diabo
Começo a pensar
no meu lugar no mundo
Nos sentimentos nesse vagar

Meus sentimentos não são o mesmo a todo tempo
Às vezes ódio
Ás vezes ressentimento
Oscilo pra lá e pra cá como um pêndulo
Um incenso de igreja incensando
desgraças por onde passo
Um fracasso

Desisto
Ou não desisto
Não desisto de escrever essas linhas
pensadas na pressa em algum lugar
sem muito tempo de rimar
que me exigiu correr pra escrever
antes que a ideia fugisse
parecia bonito na cabeça
Parecia uma beleza
A métrica no improviso sempre parece boa
Depois vira uma canoa - furada
A tal da palavra

Dizem que a palavra muda o mundo
Muda é o caralho
O que muda é a nove milímetros
Bala quente sem pena nem glória
Pow
Virou história

E um outro que conte
Eu estou longe