segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Apagão de uma noite de verão

E de repente
naquele pedaço de mundo
as luzes do progresso morreram
e voltamos aos tempos antigos

Luzes de vela na casa
embalando uma escrita despretensiosa
bom para olhar pro céu
e pensar em qualquer coisa

O céu tão belo quanto esse
torna-se um espetáculo a parte
como nunca se vê assim
numa noite nas grandes cidades

Só agora, na total escuridão
as estrelas se mostram por inteiro
Iluminando a noite
e mostrando sua beleza

II

Corre, minha querida
venha ver as estrelas
te prometo aquela, a mais brilhante
se vier comigo hoje

Num amor longo
como são as noites de verão
só esse céu brilhante
como nosso teto e limite

Não deixe que o sonho
seja curto como o sono
e se acabe pela manhã
num melancólico adeus

III

Escrever à luz de velas
é uma experiência inspiradora
me sinto como um antigo poeta
concentrado com sua pena

Onde nada mais importa
além do texto e da inspiração
coisas que surgem por acaso
e se vão na mesma velocidade

na casa ao lado
homens fumam à beira do rádio
todos rindo, sentados no chão
e o cheiro se espalha a todo lado

Toca Creedence
mas logo muda
me distraí escrevendo
agora não sei o que é

Alguém acorda no quarto ao lado
tosse, levanta, anda e volta
resmunga, fala algo e volta a dormir
barulho só lá fora

Estou apaixonado
não sei por quem e nem porque
mas é uma noite de verão
imagino que todos estão

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