A rima começa assim
num pensamento sem fim
Da caneta riscando o papel
e nuvens rasgando o céu
Da palavra que surge, perdida
De uma experiência de vida
Entre minutos pra decidir
a que melhor encaixa ali
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Uma criança
Ninguém realmente se importa
com suas tristezas
suas angústias de criança
e seus sonhos perdidos
A sua dificuldade
em entrar no mundo dos adultos
deixar seu brinquedo de lado
e assumir responsabilidades
A criança me disse
que não quer crescer
não quer ganhar dinheiro
nem sofrer que nem gente grande
Quer só continuar brincando
com seu brinquedo de criança
com suas tristezas
suas angústias de criança
e seus sonhos perdidos
A sua dificuldade
em entrar no mundo dos adultos
deixar seu brinquedo de lado
e assumir responsabilidades
A criança me disse
que não quer crescer
não quer ganhar dinheiro
nem sofrer que nem gente grande
Quer só continuar brincando
com seu brinquedo de criança
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Salvador
O Sol que se põe aqui
escondendo-se na baía
oh ! Salvador dos meus sonhos
pedaço de África a brilhar n'America
Com os prédios que te invadem
cicatriz deixada pelo progresso
a cidade de tantas ladeiras
cortada por uma pista reta e infinita
escondendo-se na baía
oh ! Salvador dos meus sonhos
pedaço de África a brilhar n'America
Com os prédios que te invadem
cicatriz deixada pelo progresso
a cidade de tantas ladeiras
cortada por uma pista reta e infinita
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Verão
As mangueiras estão carregadas
de mangas bem rosas
é o verão chegando
mais um ano que termina
Me lembrando da infância
do banco debaixo da árvore
crianças que corriam atrás
de cada fruta que caía
Manga verde com sal
agora é coisa do passado
dos dias de vacas magras
da época de estudar
de mangas bem rosas
é o verão chegando
mais um ano que termina
Me lembrando da infância
do banco debaixo da árvore
crianças que corriam atrás
de cada fruta que caía
Manga verde com sal
agora é coisa do passado
dos dias de vacas magras
da época de estudar
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Seguindo
Sou extremamente romantico
penso coisas bonitas
todos os dias
que não servem de nada
Acabam indo pro lixo
das sobras da mente
por falta de uso
e sozinho ando
Pensie em usar um pseudônimo
e publicar tudo isso
como um poeta apaixonado
que escreve pra sua musa
Não, é melhor descartar
simplesmente ignorar isso
pra evitar um constrangimento
matar o pseudônimo
E deixar que o escritor
que entende de estar só
escreva o cotidiano
de estar sempre só
penso coisas bonitas
todos os dias
que não servem de nada
Acabam indo pro lixo
das sobras da mente
por falta de uso
e sozinho ando
Pensie em usar um pseudônimo
e publicar tudo isso
como um poeta apaixonado
que escreve pra sua musa
Não, é melhor descartar
simplesmente ignorar isso
pra evitar um constrangimento
matar o pseudônimo
E deixar que o escritor
que entende de estar só
escreva o cotidiano
de estar sempre só
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Uma coruja e algumas estrelas
Numa madrugada clara
a lua cheia no topo do céu
era uma noite de quase verão
Uma coruja observava
no telhado do vizinho
acho que me olhava
com sua sabedoria
Chegou mais perto
trocou de telhado
ela queria dizer algo
um segredo importante
Nos olhamos
esse momento durou segundos
ela sumiu
eu saí da janela
Que grande pensamento
eu deixei de ouvir
nunca saberei ao certo
na minha ignorancia humana
II
Nesse momento
bem lá em cima
seres me observam
estudando a espécie
ou apenas dando risadas
com o reality show do homo sapiens
que se julga tão inteligente
mas não alcança as estrelas
Do sonho da criança
da promessa do namorado
a inspiração do poeta
e o objetivo do astronauta
Apenas estradas para seres
que de tão evoluídos
vivem em outra dimensão
e escapam dos nossos olhos
a lua cheia no topo do céu
era uma noite de quase verão
Uma coruja observava
no telhado do vizinho
acho que me olhava
com sua sabedoria
Chegou mais perto
trocou de telhado
ela queria dizer algo
um segredo importante
Nos olhamos
esse momento durou segundos
ela sumiu
eu saí da janela
Que grande pensamento
eu deixei de ouvir
nunca saberei ao certo
na minha ignorancia humana
II
Nesse momento
bem lá em cima
seres me observam
estudando a espécie
ou apenas dando risadas
com o reality show do homo sapiens
que se julga tão inteligente
mas não alcança as estrelas
Do sonho da criança
da promessa do namorado
a inspiração do poeta
e o objetivo do astronauta
Apenas estradas para seres
que de tão evoluídos
vivem em outra dimensão
e escapam dos nossos olhos
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
A chuva
Depois de dias de Sol
e noites estreladas
finalmente o céu fechou
e choveu de madrugada
No silêncio da rua
quando dorme o mundo
a chuva coitada
Veio escondida, sem público
Sabia que é quase verão
e não é mais bem-vinda
ainda mais num fim de semana
em Salvador da Bahia
Fugiu correndo
antes do amanhecer
envergonhada, mas com dever cumprido
deixando o Sol brilhar
E na sua posição de astro rei
agradar a todos
com outro dia iluminado
e noites estreladas
finalmente o céu fechou
e choveu de madrugada
No silêncio da rua
quando dorme o mundo
a chuva coitada
Veio escondida, sem público
Sabia que é quase verão
e não é mais bem-vinda
ainda mais num fim de semana
em Salvador da Bahia
Fugiu correndo
antes do amanhecer
envergonhada, mas com dever cumprido
deixando o Sol brilhar
E na sua posição de astro rei
agradar a todos
com outro dia iluminado
sábado, 4 de dezembro de 2010
Sudamerica
Ando en la calle
Bajo un cielo azul
me gustaria en una motoneta
Ir de La Plata hacia Chubut
Me voy por la Patagonia
hacía el Chile de mi sueño
veo el Pacífico ahí
mar tan grande y sin dueño
Los Andes tan inponentes
me levvan por todo imperio Inca
povo valiente y guerrero
en la cordillera su chaska hinca
Y en MacchuPicchu
el valle sagrado
donde descansó Pachacútec
el rey glorificado
Creo que dormí demasiado
Y soñé lejos
Muchisimo lejos hoy
Bajo un cielo azul
me gustaria en una motoneta
Ir de La Plata hacia Chubut
Me voy por la Patagonia
hacía el Chile de mi sueño
veo el Pacífico ahí
mar tan grande y sin dueño
Los Andes tan inponentes
me levvan por todo imperio Inca
povo valiente y guerrero
en la cordillera su chaska hinca
Y en MacchuPicchu
el valle sagrado
donde descansó Pachacútec
el rey glorificado
Creo que dormí demasiado
Y soñé lejos
Muchisimo lejos hoy
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Um mar
Hoje depois de muito tempo
voltei pra casa pela orla
para ver o mar
Mas de que adiantou
se a viagem foi de noite
se sentei do lado contrário
So vi carros indo
e pessoas apressadas vindo
de repente uma curva foi feita
e tudo voltou ao cotidiano
voltei pra casa pela orla
para ver o mar
Mas de que adiantou
se a viagem foi de noite
se sentei do lado contrário
So vi carros indo
e pessoas apressadas vindo
de repente uma curva foi feita
e tudo voltou ao cotidiano
sábado, 27 de novembro de 2010
Pensamento perdido
A pior coisa que há
é perder um pensamento
ontem mesmo, por exemplo
tinha um bom texto na mente
juro que era
E pela demora em escrevê-lo
devo ter dormido, acho
perdi para sempre
apagou-se na mente
e vaga pelo cosmos
no universo das idéias perdidas
esse espaço superlotado
que tem com certeza
pensamentos de cada um
é perder um pensamento
ontem mesmo, por exemplo
tinha um bom texto na mente
juro que era
E pela demora em escrevê-lo
devo ter dormido, acho
perdi para sempre
apagou-se na mente
e vaga pelo cosmos
no universo das idéias perdidas
esse espaço superlotado
que tem com certeza
pensamentos de cada um
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Aula
Chego tarde na aula
me atraso de propósito
para passar o menor tempo
ouvindo debates repetitivos
Na frente da sala
a professora vai falando
prefiro me perder nesse texto
esperando as horas passarem
A sala está cheia
de pessoas interessadas
ou aparentemente estão
não sei onde estã suas mentes
A hora insiste em não passar
mesmo que eu olhe o relógio
a cada instante
na esperança de acabar
me atraso de propósito
para passar o menor tempo
ouvindo debates repetitivos
Na frente da sala
a professora vai falando
prefiro me perder nesse texto
esperando as horas passarem
A sala está cheia
de pessoas interessadas
ou aparentemente estão
não sei onde estã suas mentes
A hora insiste em não passar
mesmo que eu olhe o relógio
a cada instante
na esperança de acabar
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Sorrisos amarelos
Dê um sorriso amarelo
e diga que está tudo bem
Quando for perguntado
Mesmo que seja uma grande mentira
Chegue ao fundo do poço
da sua vontade de viver
pense num modo
de deixar de existir
Who cares
about your life
about your emotions
Nobody cares
Fuja enquanto é tempo
Desista enquanto as fichas são baixas
A vida é para os fortes
de corpo e espírito
e diga que está tudo bem
Quando for perguntado
Mesmo que seja uma grande mentira
Chegue ao fundo do poço
da sua vontade de viver
pense num modo
de deixar de existir
Who cares
about your life
about your emotions
Nobody cares
Fuja enquanto é tempo
Desista enquanto as fichas são baixas
A vida é para os fortes
de corpo e espírito
domingo, 14 de novembro de 2010
Simples cotidiano II
Enquando dormia
sonhei com poker
com bombas atômicas
e com minha família
Nem Freud explica
o sentido desses sonhos
e a ligação entre eles
A completa afirmação do nada
e a psicodelia do inconsciente
A viagem foi inútil
de volta ao ônibus
dessa vez do lado do Sol
experimentando o verão que virá
Trinta graus, marca o relógio
na frente do ponto
Trinta graus é a temperatura
que o homem derrete, penso eu
Queria uns dias nublados
pra viver esse cotidiano
sonhei com poker
com bombas atômicas
e com minha família
Nem Freud explica
o sentido desses sonhos
e a ligação entre eles
A completa afirmação do nada
e a psicodelia do inconsciente
A viagem foi inútil
de volta ao ônibus
dessa vez do lado do Sol
experimentando o verão que virá
Trinta graus, marca o relógio
na frente do ponto
Trinta graus é a temperatura
que o homem derrete, penso eu
Queria uns dias nublados
pra viver esse cotidiano
sábado, 13 de novembro de 2010
Simples cotidiano I
Era uma tarde de novembro
Céu Azul
Fazia calor na cidade
O vento que batia
pensava no ano que viria
com alguma esperança de mudança
Pessoas alheias a isso
nas filas esperando o ônibus
pra voltarem às suas vidas
A fila cresce e o ônibus não vem
pessoas já impaciente esperam
um homem passa vendendo café
Alguns mexem no celular
outros conversam
muitos apenas esperam
minutos que duram uma eternidade
que justificam o estar atrasado
e o onibus cheio
Então chega ele
tão esperado
o salvador
Lado da sombra
pra ir curtindo a viagem
chega o sono
Quem senta do lado
insiste em tentar ler
sinais quase indecifráveis
de um alfabeto particular
Céu Azul
Fazia calor na cidade
O vento que batia
pensava no ano que viria
com alguma esperança de mudança
Pessoas alheias a isso
nas filas esperando o ônibus
pra voltarem às suas vidas
A fila cresce e o ônibus não vem
pessoas já impaciente esperam
um homem passa vendendo café
Alguns mexem no celular
outros conversam
muitos apenas esperam
minutos que duram uma eternidade
que justificam o estar atrasado
e o onibus cheio
Então chega ele
tão esperado
o salvador
Lado da sombra
pra ir curtindo a viagem
chega o sono
Quem senta do lado
insiste em tentar ler
sinais quase indecifráveis
de um alfabeto particular
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Um épico
Meu sonho era escrever
um poema épico, heróico
que estivesse nos livros de história
como nome de herói nacional
Perpetuando meu nome
para todas as gerações futuras
terem algum motivo
pra se orgulharem de mim
Nem isso consegui
escrevo esse poema frustrado
que faz companhia
a outros tanto iguais
um poema épico, heróico
que estivesse nos livros de história
como nome de herói nacional
Perpetuando meu nome
para todas as gerações futuras
terem algum motivo
pra se orgulharem de mim
Nem isso consegui
escrevo esse poema frustrado
que faz companhia
a outros tanto iguais
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Aquele jovem
Se aquele jovem morreu
foi de saudades
de algo que nunca conheceu
um amor de verdade
Mas não lamente sua solidão
e nem sua partida
Essas dores do coração
fazem parte da vida
Numa carta que me escreveu
dizia cansei de sonhar
vou para um lugar melhor
pro amigo que a leu
não se preocupar
com um destino tão só
foi de saudades
de algo que nunca conheceu
um amor de verdade
Mas não lamente sua solidão
e nem sua partida
Essas dores do coração
fazem parte da vida
Numa carta que me escreveu
dizia cansei de sonhar
vou para um lugar melhor
pro amigo que a leu
não se preocupar
com um destino tão só
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Um lamento qualquer em dois atos
O dia vai chegando
na sua segunda hora
e sentado na cama
dedilho as cordas do violão
Apago as luzes
e só as cordas ressoam
no escuro do meu quarto
sou feio, mas não importa
De nada vale
é um mundo de cegos
onde sons agradáveis
valem mais que aparências
II
Me permita chorar
no escuro da cama
quando penso quem sou
e na vida que tenho
Me perdoem
por pensar todas as noites
como seria melhor se eu não tivesse nascido
sonho com isso sempre
E nos sonhos alegres
me vejo feliz existindo
no limbo dos nunca nascidos
sem conhecer a dor da vida
na sua segunda hora
e sentado na cama
dedilho as cordas do violão
Apago as luzes
e só as cordas ressoam
no escuro do meu quarto
sou feio, mas não importa
De nada vale
é um mundo de cegos
onde sons agradáveis
valem mais que aparências
II
Me permita chorar
no escuro da cama
quando penso quem sou
e na vida que tenho
Me perdoem
por pensar todas as noites
como seria melhor se eu não tivesse nascido
sonho com isso sempre
E nos sonhos alegres
me vejo feliz existindo
no limbo dos nunca nascidos
sem conhecer a dor da vida
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Soneto sem título
Depois do poente
choveu de repente
vidros fechados
e homens molhados
Vivendo na solidão
de uma grande cidade
sobrevivendo numa situação
e escapando da realidade
O ônibus viaja apressado
um vento frio na janela
me dá vontade de dormir
Não vejo do meu lado
tão linda, ela
é hora de partir
choveu de repente
vidros fechados
e homens molhados
Vivendo na solidão
de uma grande cidade
sobrevivendo numa situação
e escapando da realidade
O ônibus viaja apressado
um vento frio na janela
me dá vontade de dormir
Não vejo do meu lado
tão linda, ela
é hora de partir
domingo, 24 de outubro de 2010
Em três atos
De que adianta o Sol brilhar
e o céu ficar azul
se os dias são todos cinzentos ?
De que valeria contar piadas
e rir com meus amigos
se meu coração não sente a mínima alegria
E todas as tentativas
são para esconder ou pelo menos tentar
que sou frustrado e infeliz
II
No silêncio da madrugada
a morte aparece, sedutora
Uma bela de vestido que te chama
para um mundo melhor
O caminho parece escuro
mas no fundo pode-se ver
um feixe de luz
O destino para um ser tão só
III
Pegou o elevador
chegou no 10º andar
Abriu a janela do hall
Sentou no parapeito
Olhou pra baixo
Pensou na sua vida
chorou e fechou os olhos
Ficou de pé
Deu um passo a frente
e voou para longe
Saindo desse mundo para sempre
e o céu ficar azul
se os dias são todos cinzentos ?
De que valeria contar piadas
e rir com meus amigos
se meu coração não sente a mínima alegria
E todas as tentativas
são para esconder ou pelo menos tentar
que sou frustrado e infeliz
II
No silêncio da madrugada
a morte aparece, sedutora
Uma bela de vestido que te chama
para um mundo melhor
O caminho parece escuro
mas no fundo pode-se ver
um feixe de luz
O destino para um ser tão só
III
Pegou o elevador
chegou no 10º andar
Abriu a janela do hall
Sentou no parapeito
Olhou pra baixo
Pensou na sua vida
chorou e fechou os olhos
Ficou de pé
Deu um passo a frente
e voou para longe
Saindo desse mundo para sempre
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Impressão
As vezes escrevo muito
me empolgo
gosto de ver o papel escrito
e ler o que eu penso
Podem ser pensamentos perdidos
ou bobagens tão íntimas
que não deveriam esar aqui
Enfim, o papel em branco me incomoda
e a falta de pensamentos
também não penso na quantidade de leitores
visto que não escrevo best-sellers
Mas se ganhasse algum pra escrever
adaptaria meus temas
e falaria de tudo que se quer ler
Belas histórias de amor
pessoas felizes
uma vida em tecnicolor
no lugar da minha em cinza
Afinal a graça do negócio
é vender a alma e os sentimentos
por moedas de ouro
e valiosas contas bancárias
me empolgo
gosto de ver o papel escrito
e ler o que eu penso
Podem ser pensamentos perdidos
ou bobagens tão íntimas
que não deveriam esar aqui
Enfim, o papel em branco me incomoda
e a falta de pensamentos
também não penso na quantidade de leitores
visto que não escrevo best-sellers
Mas se ganhasse algum pra escrever
adaptaria meus temas
e falaria de tudo que se quer ler
Belas histórias de amor
pessoas felizes
uma vida em tecnicolor
no lugar da minha em cinza
Afinal a graça do negócio
é vender a alma e os sentimentos
por moedas de ouro
e valiosas contas bancárias
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Galo urbano
Tem um galo aqui perto
que faz eu me sentir na roça
canta alto, querendo acordar o mundo
Mas o galo da cidade
está com os horários trocados
e canta agora, meia noite
culpa dessa vida louca e corrida
que faz eu me sentir na roça
canta alto, querendo acordar o mundo
Mas o galo da cidade
está com os horários trocados
e canta agora, meia noite
culpa dessa vida louca e corrida
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Escape
De uns tempos pra cá
decidi falar de coisas aleatórias
e porque não coisas alegres
pra tentar afastar sentimentos ruins
Só serviu como esconderijo
abafando o que eu sentia de verdade
e como se eu fosse Pompeia
vem como o Vesuvio
Invadindo simplesmente
e soterrando o que encontra
decidi falar de coisas aleatórias
e porque não coisas alegres
pra tentar afastar sentimentos ruins
Só serviu como esconderijo
abafando o que eu sentia de verdade
e como se eu fosse Pompeia
vem como o Vesuvio
Invadindo simplesmente
e soterrando o que encontra
Yusulicaño
Yusulicaño é o nada
algo que não existe
uam palavra gerada em computador
Mas se eu posso ler
Como ela não existe ?
passou a partir de agora
a existir no mundo real
Virou filosofia em si
representação existente do que não existe
um novo nome pra Deus
Bebados discutirão em bares
filósfos em congressos
Livros serão vendidos
tentando explicar o yusulicañismo
Está inaugurada a filosofia do Século XXI
não pretendo explicar nada
esse texto abandona a falsa modéstia
pra entrar pra história
algo que não existe
uam palavra gerada em computador
Mas se eu posso ler
Como ela não existe ?
passou a partir de agora
a existir no mundo real
Virou filosofia em si
representação existente do que não existe
um novo nome pra Deus
Bebados discutirão em bares
filósfos em congressos
Livros serão vendidos
tentando explicar o yusulicañismo
Está inaugurada a filosofia do Século XXI
não pretendo explicar nada
esse texto abandona a falsa modéstia
pra entrar pra história
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Martelos
Martelos trabalham na casa ao lado
Meu irmão ouve som alto
Toca o telefone
Dormir de tarde é um desafio
Agora sim o silêncio total
só o ventilador girando
e o canto dos pássaros
embaixo do telhado
Então ela entra no quarto
acena pra mim
e dá um beijo de boa noite
martelos voltam a trabalhar
e meu irmão faz barulho
Acho que dormi
Meu irmão ouve som alto
Toca o telefone
Dormir de tarde é um desafio
Agora sim o silêncio total
só o ventilador girando
e o canto dos pássaros
embaixo do telhado
Então ela entra no quarto
acena pra mim
e dá um beijo de boa noite
martelos voltam a trabalhar
e meu irmão faz barulho
Acho que dormi
O relógio da cozinha
O ponteiro do relógio da cozinha
faz barulho pra andar
cada estalo é um segundo
de vida que se vai
Talvez seja proposital
pra mostrar o poder dele
não posso mexer nem tirar a pilha
seria apenas me enganar
o tic-tac está no meu cérebro
Maldito relógio
o que é preciso
pra te fazer voltar
queria corrigir erros
seguidos erros da minha vida
que me transformaram no que sou
Mas sozinho aqui embaixo
nesse silêncio mortal
quebrado pelo ponteiro
o barulho dos segundos
escorrendo pelo relógio
me trazem angústia
Além de ainda sereu mesmo
ainda perdi segundos preciosos
sem conseguir mudar nada
faz barulho pra andar
cada estalo é um segundo
de vida que se vai
Talvez seja proposital
pra mostrar o poder dele
não posso mexer nem tirar a pilha
seria apenas me enganar
o tic-tac está no meu cérebro
Maldito relógio
o que é preciso
pra te fazer voltar
queria corrigir erros
seguidos erros da minha vida
que me transformaram no que sou
Mas sozinho aqui embaixo
nesse silêncio mortal
quebrado pelo ponteiro
o barulho dos segundos
escorrendo pelo relógio
me trazem angústia
Além de ainda sereu mesmo
ainda perdi segundos preciosos
sem conseguir mudar nada
domingo, 10 de outubro de 2010
Pedaços
de textos abortados aqui e acolá, que iriam pro lixo
Passaros que voam
calmos num dia ensolarado
como pontos pretos no céu
e tão lives que são
somem lentamente no céu
venho por meio dessa
contar minhas alegrias
e mesmo que você não peça
saiba o que melhora meus dias
Passaros que voam
calmos num dia ensolarado
como pontos pretos no céu
e tão lives que são
somem lentamente no céu
venho por meio dessa
contar minhas alegrias
e mesmo que você não peça
saiba o que melhora meus dias
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Morrenasce
O saco da vida
fica ao lado do saco da morte
Quando nascemos
e começa cheio
o próspero saco da vida
mas no momento de nascer
a primeira moeda muda de saco
ali é o começo do fim
Então as moedas vão mudando de saco
inexoravelmente
pois nascer é o estopim
da contagem regressiva da morte
fica ao lado do saco da morte
Quando nascemos
e começa cheio
o próspero saco da vida
mas no momento de nascer
a primeira moeda muda de saco
ali é o começo do fim
Então as moedas vão mudando de saco
inexoravelmente
pois nascer é o estopim
da contagem regressiva da morte
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Lembranças de infância
Noite de verão
viagem de carro
estradas escuras
pequenas vilas na beira
silêncio da viagem
cortado pelo rádio
meu irmão pequeno
dormindo do lado
o som é Djavan
que meus pais tanto gostam
e aquele vento
que dá vontade de dormir
Lembranças de infância
que não se repetem mais
viagem de carro
estradas escuras
pequenas vilas na beira
silêncio da viagem
cortado pelo rádio
meu irmão pequeno
dormindo do lado
o som é Djavan
que meus pais tanto gostam
e aquele vento
que dá vontade de dormir
Lembranças de infância
que não se repetem mais
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Sonhos
Falar sobre os sonhos
pode ser uma tentativa frustrante
as vezes eles desaparecem
Dramaticamente quando a manhã chega
O inconsciente trata de apagar
Certas coisas estranhas
que convenientemente deveriam ficar escondidas
pode ser uma tentativa frustrante
as vezes eles desaparecem
Dramaticamente quando a manhã chega
O inconsciente trata de apagar
Certas coisas estranhas
que convenientemente deveriam ficar escondidas
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Dada
Culto ao absurdo
viva o bizarro do mundo
Dadaísmo é crime de estado
Tristan Tzara ficaria decepcionado
PObre gente
de mente limitada
que não entende a poesia
de recortes de jornal
colados aleatoriamente no papel
De um filme de Buñuel
que não faz nenhum sentido
pra mentes que querem tudo pronto e na hora
Eu também não faço sentido
não me entendo
ninguém me entende
Esse texto também não faz
não tente compreender
ou morra tentando
viva o bizarro do mundo
Dadaísmo é crime de estado
Tristan Tzara ficaria decepcionado
PObre gente
de mente limitada
que não entende a poesia
de recortes de jornal
colados aleatoriamente no papel
De um filme de Buñuel
que não faz nenhum sentido
pra mentes que querem tudo pronto e na hora
Eu também não faço sentido
não me entendo
ninguém me entende
Esse texto também não faz
não tente compreender
ou morra tentando
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Guerra silenciosa
Liga a rádio, muda a estação
Não toca o tal de rock'n'roll
Outro escrito de madrugada
Só pra dar uma variada
Já são 3 da manhã
mas quero escrever algo
Um texto de verdade
não esse ruim
A inspiração some durante o dia
e se revela quando o Sol cai
e as pessoas dormem
O primeiro bocejo vem
o sono começa a ganhar lentamente a guerra
a rádio toca Jota Quest
é hora de dormir, de fato
Não toca o tal de rock'n'roll
Outro escrito de madrugada
Só pra dar uma variada
Já são 3 da manhã
mas quero escrever algo
Um texto de verdade
não esse ruim
A inspiração some durante o dia
e se revela quando o Sol cai
e as pessoas dormem
O primeiro bocejo vem
o sono começa a ganhar lentamente a guerra
a rádio toca Jota Quest
é hora de dormir, de fato
Tarde cinza
Então ela foi embora
assim de repente
tão de repente quanto surgiu
numa tarde cinzenta e triste
E sem dar explicação
e sem nem dar adeus
foi viver outra vida
e deixá-lo solitário
Mas ele estava mais que acostumado
a viver só
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Silêncio da madrugada
No silêncio da madrugada
o mundo faz barulhos estranhos
Sons bizarros da casa de trás
cortados pelas palmeiras ao vento
Grito de desespero
será o crime ?
Depois percebo
era a TV
bah
o mundo faz barulhos estranhos
Sons bizarros da casa de trás
cortados pelas palmeiras ao vento
Grito de desespero
será o crime ?
Depois percebo
era a TV
bah
Sábado cinza
Era um sábado cinza
Uma chuva fina caía melancolicamente
O mundo reagia de forma triste
Pouca gente estava presente
seus poucos amigos o carregavam
era um peso mesmo depois de partir
Sua triste mãe não entendia
como tudo aconteceu
Parecia ser tão de repente
Mas ela estava muito ocupada
pra perceber algo
E como uma tragédia anunciada
ele partiu
Sua alma descansou
Uma chuva fina caía melancolicamente
O mundo reagia de forma triste
Pouca gente estava presente
seus poucos amigos o carregavam
era um peso mesmo depois de partir
Sua triste mãe não entendia
como tudo aconteceu
Parecia ser tão de repente
Mas ela estava muito ocupada
pra perceber algo
E como uma tragédia anunciada
ele partiu
Sua alma descansou
sábado, 18 de setembro de 2010
... us apart
Todas as circunstâncias da vida
nos manterão afastados
Casualidades fracassadas
coincidências milimetricamente erradas
Destinos opostos
Sei que não nasci pra você
E nem adiantaria te procurar na multidão
Porque nem te conheço
nos manterão afastados
Casualidades fracassadas
coincidências milimetricamente erradas
Destinos opostos
Sei que não nasci pra você
E nem adiantaria te procurar na multidão
Porque nem te conheço
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
ovni
Um ovni ronda a área
Seres de outro planeta descem no telhado do vizinho
Procuram vida inteligente
Aceno de cá
Me ignoram
Ouvem o cachorro da casa ao lado
Ficam maravilhados
Parece que estão conversando
Levam o animal com eles
Me deixam com o silêncio agradável da madrugada
Decidem ir embora
noto um aceno quase imperceptível pra cá
Sorrindo, agradecendo o favor.
Somos amigos
imagino
Seres de outro planeta descem no telhado do vizinho
Procuram vida inteligente
Aceno de cá
Me ignoram
Ouvem o cachorro da casa ao lado
Ficam maravilhados
Parece que estão conversando
Levam o animal com eles
Me deixam com o silêncio agradável da madrugada
Decidem ir embora
noto um aceno quase imperceptível pra cá
Sorrindo, agradecendo o favor.
Somos amigos
imagino
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Versos soltos
Uma angústia estranha aperta meu peito
Nessa noite chuvosa e triste
e não quero perder tempo pensando em métrica e rimas
Sob risco de perder o que passa agora pela cabeça
Verso feito de sopetão
Olhando a chuva cair
Tocava Joy Division
E outras coisas sem importância aconteciam ao mesmo tempo
Nessa noite chuvosa e triste
e não quero perder tempo pensando em métrica e rimas
Sob risco de perder o que passa agora pela cabeça
Verso feito de sopetão
Olhando a chuva cair
Tocava Joy Division
E outras coisas sem importância aconteciam ao mesmo tempo
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Outro
Voando longe num vento forte
Pombos e leões marinhos
por um vórtex atrás das nuvens
num cano de descarga cinzento
O poeta da tarde ensolarada
vê o mundo através da janela
de pessoas apressadas
da vida da modernidade
Propaganda política nas ruas
muitos outdoors coloridos
publicidade a toda parte
excesso de informação
Sobre o que é válido escrever
Sobre o que se pretende ler ?
Cartas de amor pra ninguém
críticas sociais pra alguém
Pombos e leões marinhos
por um vórtex atrás das nuvens
num cano de descarga cinzento
O poeta da tarde ensolarada
vê o mundo através da janela
de pessoas apressadas
da vida da modernidade
Propaganda política nas ruas
muitos outdoors coloridos
publicidade a toda parte
excesso de informação
Sobre o que é válido escrever
Sobre o que se pretende ler ?
Cartas de amor pra ninguém
críticas sociais pra alguém
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Um texto qualquer
Quando eu deitava na cama
e pensava na triste vida
onde estava Deus ?
Quando eu chorava
e lamentava ter nascido
E todo esse tempo desperdiçado
e precisava de uma força maior
onde ele estava ?
Que me abandonou na terra
cego à sua onisciência
perdido nesse mundo grande
povoado por pessoas grandes
Longe da sua onipresença
exilado num inferno ou purgatório
onde só é permitido sofrer
e a eutanásia é um sonho distante
e pensava na triste vida
onde estava Deus ?
Quando eu chorava
e lamentava ter nascido
E todo esse tempo desperdiçado
e precisava de uma força maior
onde ele estava ?
Que me abandonou na terra
cego à sua onisciência
perdido nesse mundo grande
povoado por pessoas grandes
Longe da sua onipresença
exilado num inferno ou purgatório
onde só é permitido sofrer
e a eutanásia é um sonho distante
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Algum
Um livro mofado
Janelas abertas
ventilador ligado
Correndo a madrugada
Ah, o doce peso da rotina
As madrugadas passam iguais
eu, sozinho na minha cama
pensando no que é minha vida
e sonhando com o que poderia ser
Me pego pensando longe
esquecendo do livro
esquecendo do caderno
em mil divagações
Converso com a caneta
com a capa do livro
e falo pra janela
Só não falo sozinho
Que é coisa de louco
Janelas abertas
ventilador ligado
Correndo a madrugada
Ah, o doce peso da rotina
As madrugadas passam iguais
eu, sozinho na minha cama
pensando no que é minha vida
e sonhando com o que poderia ser
Me pego pensando longe
esquecendo do livro
esquecendo do caderno
em mil divagações
Converso com a caneta
com a capa do livro
e falo pra janela
Só não falo sozinho
Que é coisa de louco
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Um caderno, uma anciã e pensamentos antigos
Meu caderno de poemas
è velho e anda na mochila
não tem nenhum luxo
o meu caderno de poemas
Espero o tempo passar
devagar na tarde infinita
Escrevo um verso simples
Como esse caderno
Meninas jovens andam na rua
com seus jovens namorados
Uma velhinha passa do lado
Recordando sua juventude
Na sua época, lembra
namorados entregavam flores
Namoravam na porta
e tinham que pedir a papai
Bons tempos, ela diria
meninas brincavam de boneca
e não se preocupavam cedo
em criar seus filhos
Voltemos ao presente
Nosso tempo é esse
o passado conservado está
Em fotos amareladas e mofadas
è velho e anda na mochila
não tem nenhum luxo
o meu caderno de poemas
Espero o tempo passar
devagar na tarde infinita
Escrevo um verso simples
Como esse caderno
Meninas jovens andam na rua
com seus jovens namorados
Uma velhinha passa do lado
Recordando sua juventude
Na sua época, lembra
namorados entregavam flores
Namoravam na porta
e tinham que pedir a papai
Bons tempos, ela diria
meninas brincavam de boneca
e não se preocupavam cedo
em criar seus filhos
Voltemos ao presente
Nosso tempo é esse
o passado conservado está
Em fotos amareladas e mofadas
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
A origem dos séculos
Eu invejo Brás Cubas
e quero ser um defunto autor
Daqueles que levantam das tumbas
sem fome, sem dor
Setenta virgens espero no céu
Um violão bonito e afinado
A inocência das meninas sem pecado
E não a sujeira do bordel
Ver o tempo passar bem a vontade
longe das ameaças e perigos
E sem o peso da responsabilidade
olhar por todos os amigos
O bem deles sempre peço
E com Deus ao meu lado
pedirei com mais cuidado
Porque os amo, confesso
II
Como um anônimo desbravador
Corro pela linha da história
Saboreio cada momento, cada glória
para inveja do historiador
Desde a queda da bastilha
Um sans-cullotte avança
O rei e sua família
Tentam fugir da França
A altivez de Napoleão
num verso simples, cru
do herói de uma nação
ao herói de Waterloo
Estiveram nas tabernas todo dia
Os poetas que morreram cedo
E ao partirem sem nenhum medo
São minha inspiração na poesia
O soldado que estava por casar
teve seu plano arruinado
Foi convocado
porque sabia atirar
Não se preocupe, amor
Eu ainda volto pra ti
E numa árvore ele riscou
Ich liebe Dich
Morreu longe da sua terra
como prisioneiro de guerra
perdeu a vida que sempre quis
pela honra de seu país
e quero ser um defunto autor
Daqueles que levantam das tumbas
sem fome, sem dor
Setenta virgens espero no céu
Um violão bonito e afinado
A inocência das meninas sem pecado
E não a sujeira do bordel
Ver o tempo passar bem a vontade
longe das ameaças e perigos
E sem o peso da responsabilidade
olhar por todos os amigos
O bem deles sempre peço
E com Deus ao meu lado
pedirei com mais cuidado
Porque os amo, confesso
II
Como um anônimo desbravador
Corro pela linha da história
Saboreio cada momento, cada glória
para inveja do historiador
Desde a queda da bastilha
Um sans-cullotte avança
O rei e sua família
Tentam fugir da França
A altivez de Napoleão
num verso simples, cru
do herói de uma nação
ao herói de Waterloo
Estiveram nas tabernas todo dia
Os poetas que morreram cedo
E ao partirem sem nenhum medo
São minha inspiração na poesia
O soldado que estava por casar
teve seu plano arruinado
Foi convocado
porque sabia atirar
Não se preocupe, amor
Eu ainda volto pra ti
E numa árvore ele riscou
Ich liebe Dich
Morreu longe da sua terra
como prisioneiro de guerra
perdeu a vida que sempre quis
pela honra de seu país
domingo, 29 de agosto de 2010
Carbolitium
Tô triste, tô feliz
Tô triste, tô feliz
Quero sair na rua
abraçar o mundo
E logo quero meu quarto, solitário
O dia claro e bonito
vira a noite escura
o ceu tranquilo e sereno
transforma-se na tempestade raivosa
Quero viver 100 anos
criar os filhos
mimar os netos
Morrer serenamente numa casa de campo
ao lado da velha companheira
Morrer violentamente
enforcado no próprio quarto
Engrossando as estatísticas de suicídios
entre jovens de grandes cidades
Tô triste, tô feliz
Quero sair na rua
abraçar o mundo
E logo quero meu quarto, solitário
O dia claro e bonito
vira a noite escura
o ceu tranquilo e sereno
transforma-se na tempestade raivosa
Quero viver 100 anos
criar os filhos
mimar os netos
Morrer serenamente numa casa de campo
ao lado da velha companheira
Morrer violentamente
enforcado no próprio quarto
Engrossando as estatísticas de suicídios
entre jovens de grandes cidades
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Pequeno texto
Se começo a escrever
me empolgo
O texto surge rápido
Na mente ociosa
É de tarde
estou no ônibus
a janela aberta traz
o vento agradável da tarde
Agora não chove
mas choveu mais cedo
perto de uma favela
prédios de luxo são construídos
A cidade cresce
como um canteiro de obras
Não vai demorar muito
pra destruirem o resto de floresta
e o caminho pra casa virar uma floresta de concreto
poluída e barulhenta
Assim estão as coisas
na capital da Bahia
um foi assassinado
outro executado
assim passou na TV
bem na hora do almoço
me empolgo
O texto surge rápido
Na mente ociosa
É de tarde
estou no ônibus
a janela aberta traz
o vento agradável da tarde
Agora não chove
mas choveu mais cedo
perto de uma favela
prédios de luxo são construídos
A cidade cresce
como um canteiro de obras
Não vai demorar muito
pra destruirem o resto de floresta
e o caminho pra casa virar uma floresta de concreto
poluída e barulhenta
Assim estão as coisas
na capital da Bahia
um foi assassinado
outro executado
assim passou na TV
bem na hora do almoço
domingo, 15 de agosto de 2010
Mais um soneto
Posso ver pela janela
Là forá há uma tempestade
Mas no fundo a verdade
é que estou pensando nela
Lá fora faz frio
e aqui me sinto sozinho
Sem que nenhum carinho
Venha esquentar meu coração vazio
Numa folha sem sentimentos
Uma tinta preta
Vai dando forma aos lamentos
Portando apenas uma caneta
escrevendo seus sofrimentos
que ficarão esquecidos numa gaveta
Là forá há uma tempestade
Mas no fundo a verdade
é que estou pensando nela
Lá fora faz frio
e aqui me sinto sozinho
Sem que nenhum carinho
Venha esquentar meu coração vazio
Numa folha sem sentimentos
Uma tinta preta
Vai dando forma aos lamentos
Portando apenas uma caneta
escrevendo seus sofrimentos
que ficarão esquecidos numa gaveta
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Versos perdidos numa madrugada qualquer
O céu está tão claro
Que a madrugada parece dia
O vento que bate na palmeira
é o mesmo que balança a minha bandeira
Mas de repente
tudo mudou
O tempo fechou
Começou a chover
A julgar pela indecisão
Eles estão brigando lá em cima
eles que se resolvam
eu só quero dormir
Que a madrugada parece dia
O vento que bate na palmeira
é o mesmo que balança a minha bandeira
Mas de repente
tudo mudou
O tempo fechou
Começou a chover
A julgar pela indecisão
Eles estão brigando lá em cima
eles que se resolvam
eu só quero dormir
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Licença
Se eu tenho licença poética
Então posso rimar
Dilema com pobrema
Ninguém pode me criticar
Posso até misturar idiomas, ¿ no puedo ?
Yes, i can
Excuse moi, sunt eu un poet
Posso me dar ao luxo
de não seguir nenhuma métrica
E escrever um verso tão grande quanto esse só pra cansar o leitor
Continuando com outro tão grande quanto, sem chegar a nenhuma conclusão
Posso rimar versos
e fazer um poema musicado
mas também posso escrever
sem rimar porra nenhuma
Essa tal licença poética
transforma o cara no Deus da escrita
passando por cima das leis
do idioma de Camões
pobre Camões
Nem um ditador tem tanto poder
Quanto o humilde poeta
Com seu papel e caneta
ele não assina leis
e nem precisa
tem licença poética
pra falar de tudo
e fazer tudo
como quiser
Então posso rimar
Dilema com pobrema
Ninguém pode me criticar
Posso até misturar idiomas, ¿ no puedo ?
Yes, i can
Excuse moi, sunt eu un poet
Posso me dar ao luxo
de não seguir nenhuma métrica
E escrever um verso tão grande quanto esse só pra cansar o leitor
Continuando com outro tão grande quanto, sem chegar a nenhuma conclusão
Posso rimar versos
e fazer um poema musicado
mas também posso escrever
sem rimar porra nenhuma
Essa tal licença poética
transforma o cara no Deus da escrita
passando por cima das leis
do idioma de Camões
pobre Camões
Nem um ditador tem tanto poder
Quanto o humilde poeta
Com seu papel e caneta
ele não assina leis
e nem precisa
tem licença poética
pra falar de tudo
e fazer tudo
como quiser
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Janela
Chove na rua
chuva fina e melancólica
Daquelas que batem de leve
no vidro da janela
E a gente pensa longe
Crianças saindo da escola
Sinto vontade de ser criança
de viver sem preocupação
e sem nada que me faça infeliz
Se eu pudesse voltar no tempo
Acho que faria tudo diferente
Porque ser eu não tem graça
E é muito frustrante
Mas como diz o poeta
tenho 20 anos e estou morrendo
de desgosto, de tristeza
por ter que acordar e levantar
e viver minha vida medíocre
Porque o relógio não pode correr
E passar um ano a cada noite que eu durmo
chuva fina e melancólica
Daquelas que batem de leve
no vidro da janela
E a gente pensa longe
Crianças saindo da escola
Sinto vontade de ser criança
de viver sem preocupação
e sem nada que me faça infeliz
Se eu pudesse voltar no tempo
Acho que faria tudo diferente
Porque ser eu não tem graça
E é muito frustrante
Mas como diz o poeta
tenho 20 anos e estou morrendo
de desgosto, de tristeza
por ter que acordar e levantar
e viver minha vida medíocre
Porque o relógio não pode correr
E passar um ano a cada noite que eu durmo
domingo, 1 de agosto de 2010
Poema sem título
Um buraco profundo
Sem saída
Uma noite eterna
Assim está minha vida
E não sei o que faço
Não sei o que quero
Se tenho força ou vontade
Pra sair daqui
Talvez fosse melhor
acabar tudo de uma vez
Aproveitar a noite eterna
e dormir para sempre
Sem saída
Uma noite eterna
Assim está minha vida
E não sei o que faço
Não sei o que quero
Se tenho força ou vontade
Pra sair daqui
Talvez fosse melhor
acabar tudo de uma vez
Aproveitar a noite eterna
e dormir para sempre
terça-feira, 20 de julho de 2010
Sugestão
Estava pensando em algo
se deveria escrever
O poema estava pronto na cabeça
mas não deveria ser escrito
Muitas vezes me censuro
pra não parecer tão ridículo
E também não me convém
Escrever com lágrimas nos olhos
Se queres rir de mim
sugiro que o faça no inferno
quando nos encontrarmos
Se quer me ridicularizar
Que faça sobre minha tumba
Numa tarde chuvosa e fria
Sozinho no cemitério
Não tenha pena
sozinho vim e sozinho vou
Só diga que sinto saudade de minha mãe
que sempre me amou
Não deixarei saudades
pois sempre fui invisível onde passei
nunca fiz nenhuma falta
e pretendo continuar assim
Como o Sol que nasce e se põe
de forma natural
Não quero que nada se altere
Com minha partida
que seja como um vento frio
que passa de repente
Dura um segundo
e some indferente no cosmos
se deveria escrever
O poema estava pronto na cabeça
mas não deveria ser escrito
Muitas vezes me censuro
pra não parecer tão ridículo
E também não me convém
Escrever com lágrimas nos olhos
Se queres rir de mim
sugiro que o faça no inferno
quando nos encontrarmos
Se quer me ridicularizar
Que faça sobre minha tumba
Numa tarde chuvosa e fria
Sozinho no cemitério
Não tenha pena
sozinho vim e sozinho vou
Só diga que sinto saudade de minha mãe
que sempre me amou
Não deixarei saudades
pois sempre fui invisível onde passei
nunca fiz nenhuma falta
e pretendo continuar assim
Como o Sol que nasce e se põe
de forma natural
Não quero que nada se altere
Com minha partida
que seja como um vento frio
que passa de repente
Dura um segundo
e some indferente no cosmos
terça-feira, 13 de julho de 2010
Sonho
Eu tenho um sonho
mentira, nem tenho
Tá, talvez eu tenha
escondido no fundo da alma
Bem íntimo, quase oculto
E sem porque se manifestar
Mas em madrugadas chuvosas
como essa
Quando estou dormindo
O sonho surge da alma
e me pega desprevinido
Acordo assustado
e vejo com pesar
que estou no meu quarto
Não é mais hora de sonhar
mentira, nem tenho
Tá, talvez eu tenha
escondido no fundo da alma
Bem íntimo, quase oculto
E sem porque se manifestar
Mas em madrugadas chuvosas
como essa
Quando estou dormindo
O sonho surge da alma
e me pega desprevinido
Acordo assustado
e vejo com pesar
que estou no meu quarto
Não é mais hora de sonhar
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Mais uma madrugada
Madrugada no meu quarto
Sozinho pensando
chuva lá fora
Já que estou só
Melhor não estar sóbrio
E bebo uma cerveja
Companheira da solidão
Com o violão
caneta e bloco do lado
Ah ! se eu soubesse
e fosse um grande músico
Pra criar canções
Que todos soubessem
tudo o que eu sinto
e tudo que eu penso
Mas agora vou dormir
Sonhar com alguém que não existe
E que não se importa comigo
Sozinho pensando
chuva lá fora
Já que estou só
Melhor não estar sóbrio
E bebo uma cerveja
Companheira da solidão
Com o violão
caneta e bloco do lado
Ah ! se eu soubesse
e fosse um grande músico
Pra criar canções
Que todos soubessem
tudo o que eu sinto
e tudo que eu penso
Mas agora vou dormir
Sonhar com alguém que não existe
E que não se importa comigo
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Desconexão
Escrevendo com sono
a mente liga coisas sem sentido
O cansaço mental
Provoca o dadaismo involuntário
Vale um refrigerante
tá na ficha no classificador
O celular não toca
cabou
OUço vozes
acho que é o sono
Alguém tenta falar
mas não tenho paciência agora
Tabela da copa
farmácia do bairro
Quero um dorflex
e um lexotan se possível
Dramin não
Vende-se 3/4 e sala
as vozes continuam
maldito sono
Amanhã não lembrarei
de nada escrito aqui
Maldita letra horrível
Maldito seja eu
a mente liga coisas sem sentido
O cansaço mental
Provoca o dadaismo involuntário
Vale um refrigerante
tá na ficha no classificador
O celular não toca
cabou
OUço vozes
acho que é o sono
Alguém tenta falar
mas não tenho paciência agora
Tabela da copa
farmácia do bairro
Quero um dorflex
e um lexotan se possível
Dramin não
Vende-se 3/4 e sala
as vozes continuam
maldito sono
Amanhã não lembrarei
de nada escrito aqui
Maldita letra horrível
Maldito seja eu
domingo, 13 de junho de 2010
Pequenas angústias de um pequeno homem
Nunca mais escrevi
Estou em dívida comigo, assumo
Mas a poesia não tem me visitado
Tenho estado solitário
A quem interessa
minhas dores e derrotas
consecutivas decepções
Consumindo dia após dia
Escrever sempre me faz lembrar
Quão frustrante é viver
e no final das contas
a culpa disso é só minha
A menina de cabelo vermelho
Evaporou e sumiu
A de tênis branco
está longe, onde não sei
A bailarina
foi com o vento
Se sumir é tão fácil
Eu queria a receita
para ir também
Olho pro lado e estou só
Se todos os dias são assim
Porque me surpreendo com a rotina ?
Estou em dívida comigo, assumo
Mas a poesia não tem me visitado
Tenho estado solitário
A quem interessa
minhas dores e derrotas
consecutivas decepções
Consumindo dia após dia
Escrever sempre me faz lembrar
Quão frustrante é viver
e no final das contas
a culpa disso é só minha
A menina de cabelo vermelho
Evaporou e sumiu
A de tênis branco
está longe, onde não sei
A bailarina
foi com o vento
Se sumir é tão fácil
Eu queria a receita
para ir também
Olho pro lado e estou só
Se todos os dias são assim
Porque me surpreendo com a rotina ?
domingo, 6 de junho de 2010
O Quarto
Enconstado no canto
está o violão
Seis cordas de nylon
e desafinado
Livros e papéis
espalhados em cadeiras
uma desordem
muito organizada
O armário velho
atacado pelos cupins
Com as portas abertas
e a coleção de camisas
O calendário do ano
da fábrica de jurubeba
Tem os dias passados
devidamente riscados
Pra sempre lembrar
que cada dia que passa
é um a menos
e assim vamos
Janelas fechadas
o quarto abafado
calor cortado
por um ventilador
Uma sensação ruim
de que nada acontece
Pois estou sempre aqui
só com meus pensamentos
porque decidi falar sobre meu quarto ?
sei lá
está o violão
Seis cordas de nylon
e desafinado
Livros e papéis
espalhados em cadeiras
uma desordem
muito organizada
O armário velho
atacado pelos cupins
Com as portas abertas
e a coleção de camisas
O calendário do ano
da fábrica de jurubeba
Tem os dias passados
devidamente riscados
Pra sempre lembrar
que cada dia que passa
é um a menos
e assim vamos
Janelas fechadas
o quarto abafado
calor cortado
por um ventilador
Uma sensação ruim
de que nada acontece
Pois estou sempre aqui
só com meus pensamentos
porque decidi falar sobre meu quarto ?
sei lá
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Cafeína e pensamentos
Na noite passada
não consegui dormir
Culpa da cafeína
Fiquei pensando em certos poemas
que escrevo pra ninguém
que se perderão no ar
Na dureza do espaço-tempo
Minha musa é a solidão
Essa sim não me abandona
Vem me fazer companhia
Em todas as madrugadas frias
Minha companheira é a amargura
nas longas tardes vermelhas
E nas belas noites estreladas
Quando ando por aí
Com o pensamento longe
estou com a tristeza
Possesisva e intensa
E que a lua abençõe
Os meus três amores
Solidão, amargura e tristeza
Amém !
não consegui dormir
Culpa da cafeína
Fiquei pensando em certos poemas
que escrevo pra ninguém
que se perderão no ar
Na dureza do espaço-tempo
Minha musa é a solidão
Essa sim não me abandona
Vem me fazer companhia
Em todas as madrugadas frias
Minha companheira é a amargura
nas longas tardes vermelhas
E nas belas noites estreladas
Quando ando por aí
Com o pensamento longe
estou com a tristeza
Possesisva e intensa
E que a lua abençõe
Os meus três amores
Solidão, amargura e tristeza
Amém !
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Aqui
Quero ir embora daqui
Muito rápido
pra ontem
Cortar as amarras da vida
mas não o aqui físico
que se estuda em geografia
Cuzco ou Buenos Aires
não quero nenhum aqui
Quero sim um não-lugar
Livre de todos os aquis
Onde eu possa ficar em paz
E simplesmente não existir
Especial diz o ônibus
apagado, solitário
Será por essa razão
Que dizem que sou especial
É Sexta-Feira
O bar está cheio
e a igreja vazia
Sinal das escolhas dos filhos de Deus
Vale mais a pena
pagar a cerveja
do que o dízimo
que o pastor cobra
Muito rápido
pra ontem
Cortar as amarras da vida
mas não o aqui físico
que se estuda em geografia
Cuzco ou Buenos Aires
não quero nenhum aqui
Quero sim um não-lugar
Livre de todos os aquis
Onde eu possa ficar em paz
E simplesmente não existir
Especial diz o ônibus
apagado, solitário
Será por essa razão
Que dizem que sou especial
É Sexta-Feira
O bar está cheio
e a igreja vazia
Sinal das escolhas dos filhos de Deus
Vale mais a pena
pagar a cerveja
do que o dízimo
que o pastor cobra
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Bairro, poesia e Sol
Na ladeira que o ônibus desce
Meninas compram sorvete
Um coroa corta o cabelo
E a tia vai na lan House
Os meninos que voltam da escola
A tia do café na porta
A dona da lanchonete
E o cara que tá lndo meu texto
Esses versos não querem dizer nada
Estou numa falta de criatividade
E me obriguei a escrever algo
Pra sair algo bom
Admiro o poeta
Que repara os mínimos detalhes
E consegue falar tão magicamente sobre eles
Eu não consigo
O vento que entar pela janela
O Sol de fim de tarde
Cansado do expediente
Querendo ir embora
Quando chegar em casa
Não encontrará sua Lua
Não sou tão importante como o Sol
mas sei o que ele sente
Meninas compram sorvete
Um coroa corta o cabelo
E a tia vai na lan House
Os meninos que voltam da escola
A tia do café na porta
A dona da lanchonete
E o cara que tá lndo meu texto
Esses versos não querem dizer nada
Estou numa falta de criatividade
E me obriguei a escrever algo
Pra sair algo bom
Admiro o poeta
Que repara os mínimos detalhes
E consegue falar tão magicamente sobre eles
Eu não consigo
O vento que entar pela janela
O Sol de fim de tarde
Cansado do expediente
Querendo ir embora
Quando chegar em casa
Não encontrará sua Lua
Não sou tão importante como o Sol
mas sei o que ele sente
terça-feira, 18 de maio de 2010
Soneto Aleatório
Um soneto sobre nada importante
Sem ligação com o real
Como uma manada de elefantes
Parada esperando o sinal
No trânsito caótico urbano
O caipira não passa aborrecimento
Monta no seu pé-de-pano
E escapa do engarrafamento
Se eu disser que ouço estrelas
Me chamarão de louco
E só é possível vê-las
Mas vá ao mundo das quimeras
Se esforce um pouco
E poderá falar com elas
Sem ligação com o real
Como uma manada de elefantes
Parada esperando o sinal
No trânsito caótico urbano
O caipira não passa aborrecimento
Monta no seu pé-de-pano
E escapa do engarrafamento
Se eu disser que ouço estrelas
Me chamarão de louco
E só é possível vê-las
Mas vá ao mundo das quimeras
Se esforce um pouco
E poderá falar com elas
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Sentido
O sentido da vida
não é rimar poesias
Nem viver de falsas alegrias
Uma sensação perdida
Ao inferno com tudo isso
A vida não faz sentido algum
Nascemos com data pra partir
E vamos sem deixar notícias
A menos que se coma a ambrosia
da sonhada vida eterna
não é rimar poesias
Nem viver de falsas alegrias
Uma sensação perdida
Ao inferno com tudo isso
A vida não faz sentido algum
Nascemos com data pra partir
E vamos sem deixar notícias
A menos que se coma a ambrosia
da sonhada vida eterna
terça-feira, 11 de maio de 2010
Nyx
Atmosfera Sombria
Ninguém na avenida
A cidade dormia
Sentiu-se só na vida
Tocou uma nota qualquer
Um fá ou si bemol
Chegou Apolo com o Sol
Sonhava com uma mulher
Horas antes da alvorada
SOnhava com sua amada
Acordou risonho
Do seu belo sonho
Concluiu Quando acordou
Que nem mesmo na natureza
Existia mais beleza
Do que no rosto que amou
II
Nao pode como Icaro, voar
Conformado com o sofrimento
E lembrando por um momento
Que é condenado a amar
Pois tem alma de criança
E mesmo naquela hora
Da maldita caixa de Pandora
Não perdeu a esperança
Pra terminar esse poema
Apagando as luzes da cidade
Não tenho como fazê-lo, verdade
Eis aí o meu dilema
Dormir na companhia da lua
e perder a inspiração
ou escrever de coração
e dormir com o Sol na rua
Ninguém na avenida
A cidade dormia
Sentiu-se só na vida
Tocou uma nota qualquer
Um fá ou si bemol
Chegou Apolo com o Sol
Sonhava com uma mulher
Horas antes da alvorada
SOnhava com sua amada
Acordou risonho
Do seu belo sonho
Concluiu Quando acordou
Que nem mesmo na natureza
Existia mais beleza
Do que no rosto que amou
II
Nao pode como Icaro, voar
Conformado com o sofrimento
E lembrando por um momento
Que é condenado a amar
Pois tem alma de criança
E mesmo naquela hora
Da maldita caixa de Pandora
Não perdeu a esperança
Pra terminar esse poema
Apagando as luzes da cidade
Não tenho como fazê-lo, verdade
Eis aí o meu dilema
Dormir na companhia da lua
e perder a inspiração
ou escrever de coração
e dormir com o Sol na rua
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Assim Seja
O que escreve esses versos
Não escolheu nascer
E se tivesse essa oportunidade
Queria ter sido abortado
Para ir pro paraíso
Sem o desgosto de viver
No paraíso é sempre um belo dia
Bela paisagem e pessoas felizes
E nunca, nunca se está só
II
Vida desgraçada
Se arrasta como a areia
Se arrasta na ampulheta
Devagar, mas chegando
ao seu destino inexorável
Espero com paciência
Que a areia escorra
Nessa tortura lenta
Dia após dia
Deus não teve pena de minh'alma
Ao me traze aqui pra sofrer
E com seu jeito sádico
Deve estar rindo de mim
III
Quanta amargura se esconde
Atrás do meu sorriso amarelo
Se sempre quero chorar
Quando disfarço e sorrio
Não escolheu nascer
E se tivesse essa oportunidade
Queria ter sido abortado
Para ir pro paraíso
Sem o desgosto de viver
No paraíso é sempre um belo dia
Bela paisagem e pessoas felizes
E nunca, nunca se está só
II
Vida desgraçada
Se arrasta como a areia
Se arrasta na ampulheta
Devagar, mas chegando
ao seu destino inexorável
Espero com paciência
Que a areia escorra
Nessa tortura lenta
Dia após dia
Deus não teve pena de minh'alma
Ao me traze aqui pra sofrer
E com seu jeito sádico
Deve estar rindo de mim
III
Quanta amargura se esconde
Atrás do meu sorriso amarelo
Se sempre quero chorar
Quando disfarço e sorrio
domingo, 2 de maio de 2010
Fim...
A cada dia que passa
Risco no calendário
Como a contar o tempo
Pra sair dessa prisão
Grades feitas por mim mesmo
Numa existência medíocre
Não culpo nada nem ninguém
Pelo meu pobre eu
Escrevo porque espero
Não acordar amanhã
E caso alguém entre no quarto
verá isso escrito ao meu lado
Sábera o que eu sinto
já que nunca se interessaram
Podem ignorar e jogar fora
Mas não me importa mais
Fico feliz em deixar algo escrito
Que não seja uma melosa despedida
Risco no calendário
Como a contar o tempo
Pra sair dessa prisão
Grades feitas por mim mesmo
Numa existência medíocre
Não culpo nada nem ninguém
Pelo meu pobre eu
Escrevo porque espero
Não acordar amanhã
E caso alguém entre no quarto
verá isso escrito ao meu lado
Sábera o que eu sinto
já que nunca se interessaram
Podem ignorar e jogar fora
Mas não me importa mais
Fico feliz em deixar algo escrito
Que não seja uma melosa despedida
sábado, 1 de maio de 2010
Soneto sobre algo
Já que sonhar é de graça
Eu abuso do direito
Sem que eu nada faça
Sem alegria em meu peito
De madrugada alguém chora
E não é mera ilusão
Nessa silenciosa hora
POde-se ouvir o coração
Sofre, pobre alma
Sabes que logo vai partir
Espera, tenha calma
E se desistiu da esperança
Cansou de sorrir
Pois perdeu o espírito de criança
Eu abuso do direito
Sem que eu nada faça
Sem alegria em meu peito
De madrugada alguém chora
E não é mera ilusão
Nessa silenciosa hora
POde-se ouvir o coração
Sofre, pobre alma
Sabes que logo vai partir
Espera, tenha calma
E se desistiu da esperança
Cansou de sorrir
Pois perdeu o espírito de criança
domingo, 25 de abril de 2010
Trechos curtos
ou Pequenos textos que não seriam uma poesia se estivessem separados
Icaro pulou do prédio
mas como tinha asas de cera
Voou por cima da cidade
Ao descer, foi parado pelo guarda
Não tinha habilitação pra voar
Então perdeu as asas
A chuva na rua
Tem um lirismo próprio
Cada um no seu guarda chuva
cidade cheia de pessoas solitárias
No ônibus cheio ninguém se conhece
e todos tem pressa
E quanto mais gente, mais só você está
coisas da cidade grande
Em cima da minha cabeceira
Tem um mapa como poster
e outro a ser colado
Quero ver um poeta
Desses clássicos e bons
Encaixar sua métrica
e rimar com Liechtstein
Icaro pulou do prédio
mas como tinha asas de cera
Voou por cima da cidade
Ao descer, foi parado pelo guarda
Não tinha habilitação pra voar
Então perdeu as asas
A chuva na rua
Tem um lirismo próprio
Cada um no seu guarda chuva
cidade cheia de pessoas solitárias
No ônibus cheio ninguém se conhece
e todos tem pressa
E quanto mais gente, mais só você está
coisas da cidade grande
Em cima da minha cabeceira
Tem um mapa como poster
e outro a ser colado
Quero ver um poeta
Desses clássicos e bons
Encaixar sua métrica
e rimar com Liechtstein
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Mate-me por favor
Mate-me por favor
De forma rápida e indolor
para que o fim da vida
Seja curto que nem ela
Todas as tristezas de uma existência
Sumindo rápido que nem vapor
E como se nada tivesse acontecido
O Sol siga brilhando
Nesse segundo de agonia
que meus amigos estejam ocupados
Para que nem se incomodem
com minha partida
A minha ausência
Não será sentida
Porque minha simplória presença
Nunca foi notada
Sinto que já vou tarde
Faço hora extra na vida
Mate-me por favor
De forma rápida e indolor
De forma rápida e indolor
para que o fim da vida
Seja curto que nem ela
Todas as tristezas de uma existência
Sumindo rápido que nem vapor
E como se nada tivesse acontecido
O Sol siga brilhando
Nesse segundo de agonia
que meus amigos estejam ocupados
Para que nem se incomodem
com minha partida
A minha ausência
Não será sentida
Porque minha simplória presença
Nunca foi notada
Sinto que já vou tarde
Faço hora extra na vida
Mate-me por favor
De forma rápida e indolor
sábado, 17 de abril de 2010
Desabafo
O vinho está no copo
E nossas amadas longe
Excuse moi
Esse verso começou errado
As antigas tabernas
são nossas festas
Onde sempre se está ébrio
Pra esquecer que está só
E assim dia a pós dia
Copo após copo
morrendo por dentro
consumido pelas tristezas
E o nosso figado
companheiro de solidão
Se por acaso sofre
Nâo menos sofre o coração
E nossas amadas longe
Excuse moi
Esse verso começou errado
As antigas tabernas
são nossas festas
Onde sempre se está ébrio
Pra esquecer que está só
E assim dia a pós dia
Copo após copo
morrendo por dentro
consumido pelas tristezas
E o nosso figado
companheiro de solidão
Se por acaso sofre
Nâo menos sofre o coração
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Mea Culpa
Toda noite escrevo versos
Que nunca chegam ao fim
Nascem bons mas se revelam
Não serem tão bons assim
Se entre o pensar da mente e o riscar da caneta
A idéia se perdeu
Melhor então que morra
verso que nunca foi meu
A culpa é de quem escreve
Ora, as palavras estão ai
esperando serem escritas
Que nunca chegam ao fim
Nascem bons mas se revelam
Não serem tão bons assim
Se entre o pensar da mente e o riscar da caneta
A idéia se perdeu
Melhor então que morra
verso que nunca foi meu
A culpa é de quem escreve
Ora, as palavras estão ai
esperando serem escritas
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Sonho
Ontem sonhei que era criança
Não foi um fato banal
E tive a sincera esperança
De que fosse real
Hoje sonhei que era feliz
O tempo não passava
E uma doce menina me abraçava
mnas assim Deus não quis
Acordei e era verdade
Na minha cama fria
E de volta à triste realidade
Cá estamos pra mais um dia
Não foi um fato banal
E tive a sincera esperança
De que fosse real
Hoje sonhei que era feliz
O tempo não passava
E uma doce menina me abraçava
mnas assim Deus não quis
Acordei e era verdade
Na minha cama fria
E de volta à triste realidade
Cá estamos pra mais um dia
terça-feira, 13 de abril de 2010
Página em Branco
A folha em branco
é um chamado
Um aviso sutil
De que algo deve ser escrito
Minhas amarguras enchem a página
Numa torrente
Como um rio de lágrimas
ou de sangue
Tímido
Me saio melhor escrevendo
Extremamente deprimido
O mal do nosso século
é um chamado
Um aviso sutil
De que algo deve ser escrito
Minhas amarguras enchem a página
Numa torrente
Como um rio de lágrimas
ou de sangue
Tímido
Me saio melhor escrevendo
Extremamente deprimido
O mal do nosso século
sábado, 10 de abril de 2010
Eu
Meus versos não são tão bonitos
Quanto os do poeta
Não tenho a lira de orfeu
nem suas belas donzelas
Sou antes versos simplórios
Que seguem só um fluxo de consciência
Não tenho a genialidade, a fluência
Dos colegas mais notórios
O Icaro da mitologia
morreu por sonhar alto demais
Pois ser feliz não é permitido
a todos os mortais
Quanto os do poeta
Não tenho a lira de orfeu
nem suas belas donzelas
Sou antes versos simplórios
Que seguem só um fluxo de consciência
Não tenho a genialidade, a fluência
Dos colegas mais notórios
O Icaro da mitologia
morreu por sonhar alto demais
Pois ser feliz não é permitido
a todos os mortais
Chuva e Frio
Tanto raio no céu
Que a noite vira dia
Tanta chuva e faz frio
um convite à introspecção
Escrever num quarto escuro
e ter a chuva como único som
no universo
naquele momento
Desde criança eu gosto
de dormir com esse barulho
Ajuda a sonhar mais longe
E como é bom sonhar.
Veja meus versos
peço desculpa pela simplicidade
Pela falta de rima
e de métrica adequada
E se ele não é tão divertido
nem fala de amor
NOvamente peço desculpas
É que sou muito amargurado
pra falar de algo tão nobre
Que a noite vira dia
Tanta chuva e faz frio
um convite à introspecção
Escrever num quarto escuro
e ter a chuva como único som
no universo
naquele momento
Desde criança eu gosto
de dormir com esse barulho
Ajuda a sonhar mais longe
E como é bom sonhar.
Veja meus versos
peço desculpa pela simplicidade
Pela falta de rima
e de métrica adequada
E se ele não é tão divertido
nem fala de amor
NOvamente peço desculpas
É que sou muito amargurado
pra falar de algo tão nobre
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Monotonia
Saio da vida pra entrar na história
Pensei em começar um verso simples
Usando essa frase famosa
pra me despedir de todos que amo
Mas cheguei à conclusão
de que nem fui digno de entrar pra história
E nem posso dizer propriamente que que vivi
A carta despedida continua existindo
Mas a frase terá que ser outra
Pensei em começar um verso simples
Usando essa frase famosa
pra me despedir de todos que amo
Mas cheguei à conclusão
de que nem fui digno de entrar pra história
E nem posso dizer propriamente que que vivi
A carta despedida continua existindo
Mas a frase terá que ser outra
terça-feira, 6 de abril de 2010
Uma noite pela janela do meu quarto
O céu que estava fechado
De repente ficou limpo
E a chuva se foi
A lua aparece escondida
tímida
atrás de algumas nuvens
São Jorge continua lá
e seu dragão também
na rua de trás
é um samba
uma festa
Nesse quarto
só minha mente faz barulho
exigindo que eu fique triste
mais uma noite
É mais forte do que eu
e essa noite
durmo esperando
não acordar pela manhã
De repente ficou limpo
E a chuva se foi
A lua aparece escondida
tímida
atrás de algumas nuvens
São Jorge continua lá
e seu dragão também
na rua de trás
é um samba
uma festa
Nesse quarto
só minha mente faz barulho
exigindo que eu fique triste
mais uma noite
É mais forte do que eu
e essa noite
durmo esperando
não acordar pela manhã
segunda-feira, 29 de março de 2010
Soneto
O calor que faz de dia
Um longínquo pensamento
Uma perdida alegria
Momentâneo sentimento
Um barulho na televisão
Me parece só um ruído
Uma dor no coração
Um espírito distraído
Pensando sobre a vida
Que acabou de começar
Com uma felicidade fingida
Um soneto triste
De uma vida que quer acabar
E um corpo inútil que resiste
Um longínquo pensamento
Uma perdida alegria
Momentâneo sentimento
Um barulho na televisão
Me parece só um ruído
Uma dor no coração
Um espírito distraído
Pensando sobre a vida
Que acabou de começar
Com uma felicidade fingida
Um soneto triste
De uma vida que quer acabar
E um corpo inútil que resiste
terça-feira, 23 de março de 2010
Ernesto...
Ernesto era só um garoto
Não tinha pai
Que o abandonou na infância
Sua mãe é alcoólatra
Sua avó morreu louca
Ele próprio tentou se matar
Duas vezes
Na primeira o veneno não foi absorvido
na segunda a corda partiu
Era ridicularizado no trabalho
De balconista de bar
Por causa da sua pobre mãe
Sua única namorada
Disse que ele era um amor de pessoa
Um menino bacana
Mas sumiu no mundo com um colega de sala
Ernesto nunca mais a viu
E nunca entendeu o que aconteceu
Ao chegar em casa ele tomava banho
Comia algo
Pegava uma cerveja
Quando sua mãe deixava alguma
E ligava a TV
Mas não via nada
A caixa só fazia som de fundo para os seus sonhos
Onde ele era feliz
E sua mãe não chegava em casa cheirando a álcool
Se batendo nos móveis
E dormindo no chão
Abraçada a uma garrafa de conhaque
Ernesto sabia
Que sua vida só seria pior
Dia a pós dia
Até o final
No dia seguinte, na escola
Ernesto viu sua chance de mudar
Seu colega de sala, que era do partido
Estava recrutando pessoal para lutar na Nicarágua
Pela revolução
Ernesto achou que era seu destino
Afinal fora batizado assim por conta do argentino famoso
E deveria seguir os mesmos passos.
Decidiu se alistar
E viajou escondido
Ninguém ficou sabendo
E nem notaram sua ausência
Era a chance de recomeçar
Não sabia nem pegar numa arma
Mas foi bem no treino em Cuba
Seria atirador
Chegou na Nicarágua escondido
De barco
Exatamente como o Che fez em Cuba
Na primeira troca de tiros
Matou um soldado
Achou que aquilo não era pra ele
No segundo dia
Conheceu Juanita
Estudante chilena de medicina
Voluntária que nem ele
Foi paixão a primeira vista
Por parte dos dois
Em duas semanas
Eram como velhos namorados
E Juanita disse que estava grávida
Ernesto se sentiu feliz
Como nunca antes na vida
Alguns dias depois
Juanita morreu em combate
Uma parte dele foi junto
Ernesto desertou
E voltou para o Brasil
Queria esquecer tudo o que passou
Quando voltou pra casa
não tinha mais casa
Sua mãe vendeu e se matou
Desesperada com o sumiço do filho
Ernesto decidiu visitar um amigo psiquiatra
Entrou no elevador
e apertou o 18º andar
Ao chegar lá em cima
percebeu que não seria igual ao Che na vida
Mas seria na morte
como todos nós
Abriu uma janela
Na varanda do prédio
E pulou de lá
Não tinha pai
Que o abandonou na infância
Sua mãe é alcoólatra
Sua avó morreu louca
Ele próprio tentou se matar
Duas vezes
Na primeira o veneno não foi absorvido
na segunda a corda partiu
Era ridicularizado no trabalho
De balconista de bar
Por causa da sua pobre mãe
Sua única namorada
Disse que ele era um amor de pessoa
Um menino bacana
Mas sumiu no mundo com um colega de sala
Ernesto nunca mais a viu
E nunca entendeu o que aconteceu
Ao chegar em casa ele tomava banho
Comia algo
Pegava uma cerveja
Quando sua mãe deixava alguma
E ligava a TV
Mas não via nada
A caixa só fazia som de fundo para os seus sonhos
Onde ele era feliz
E sua mãe não chegava em casa cheirando a álcool
Se batendo nos móveis
E dormindo no chão
Abraçada a uma garrafa de conhaque
Ernesto sabia
Que sua vida só seria pior
Dia a pós dia
Até o final
No dia seguinte, na escola
Ernesto viu sua chance de mudar
Seu colega de sala, que era do partido
Estava recrutando pessoal para lutar na Nicarágua
Pela revolução
Ernesto achou que era seu destino
Afinal fora batizado assim por conta do argentino famoso
E deveria seguir os mesmos passos.
Decidiu se alistar
E viajou escondido
Ninguém ficou sabendo
E nem notaram sua ausência
Era a chance de recomeçar
Não sabia nem pegar numa arma
Mas foi bem no treino em Cuba
Seria atirador
Chegou na Nicarágua escondido
De barco
Exatamente como o Che fez em Cuba
Na primeira troca de tiros
Matou um soldado
Achou que aquilo não era pra ele
No segundo dia
Conheceu Juanita
Estudante chilena de medicina
Voluntária que nem ele
Foi paixão a primeira vista
Por parte dos dois
Em duas semanas
Eram como velhos namorados
E Juanita disse que estava grávida
Ernesto se sentiu feliz
Como nunca antes na vida
Alguns dias depois
Juanita morreu em combate
Uma parte dele foi junto
Ernesto desertou
E voltou para o Brasil
Queria esquecer tudo o que passou
Quando voltou pra casa
não tinha mais casa
Sua mãe vendeu e se matou
Desesperada com o sumiço do filho
Ernesto decidiu visitar um amigo psiquiatra
Entrou no elevador
e apertou o 18º andar
Ao chegar lá em cima
percebeu que não seria igual ao Che na vida
Mas seria na morte
como todos nós
Abriu uma janela
Na varanda do prédio
E pulou de lá
quinta-feira, 18 de março de 2010
Um desabafo
Andando vou
Todos os dias
Sempre sozinho
Sonhando com um dia melhor
Que nunca chegará
Na cidade grande
Ruas cheias
Sinto a solidão
Como um buraco
Me puxando para o fundo
Me sinto decadente enquanto pessoa
Deprimido e frustrado
Com poucas alegrias etílicas
Que corroem meu organismo
Se fico por algo que nunca aconteceu
Ou só por simplesmente vê-la
Não é culpa sua
E talvez não seja minha
Se escrevo esse em primeira pessoa
É porque quero registrar e desabafar
Se alguém me ouvir
Já fico feliz
Porque Deus nunca me ouviu
Me largou na Terra
Se eu escrevo textos positivos
É porque quero fingir que sou feliz
Faço isso pelas pessoas
Que querem me ver feliz
Esse texto ainda que pequeno
Pode ser uma carta despedida
Ou pelo menos um esboço dela
Se lido num momento oportuno
Sou um nome escrito na areia da praia
Logo uma maré vem e apaga para sempre
Qualquer pálida lembrança
Todos os dias
Sempre sozinho
Sonhando com um dia melhor
Que nunca chegará
Na cidade grande
Ruas cheias
Sinto a solidão
Como um buraco
Me puxando para o fundo
Me sinto decadente enquanto pessoa
Deprimido e frustrado
Com poucas alegrias etílicas
Que corroem meu organismo
Se fico por algo que nunca aconteceu
Ou só por simplesmente vê-la
Não é culpa sua
E talvez não seja minha
Se escrevo esse em primeira pessoa
É porque quero registrar e desabafar
Se alguém me ouvir
Já fico feliz
Porque Deus nunca me ouviu
Me largou na Terra
Se eu escrevo textos positivos
É porque quero fingir que sou feliz
Faço isso pelas pessoas
Que querem me ver feliz
Esse texto ainda que pequeno
Pode ser uma carta despedida
Ou pelo menos um esboço dela
Se lido num momento oportuno
Sou um nome escrito na areia da praia
Logo uma maré vem e apaga para sempre
Qualquer pálida lembrança
segunda-feira, 15 de março de 2010
Céu de Março
Numa noite qualquer de Março
o céu estava etsrelado
e bonito como nunca mais esteve
Na mesma noite quente de março
eu olhava as estrelas
e pensava longe
a anos-luz de distancia do meu quarto azul
Sonhava em ser outra pessoa
e ter uma outra vida
Acho que eu merecia isso
começar do zero
pra acertar em alguma coisa
o céu estava etsrelado
e bonito como nunca mais esteve
Na mesma noite quente de março
eu olhava as estrelas
e pensava longe
a anos-luz de distancia do meu quarto azul
Sonhava em ser outra pessoa
e ter uma outra vida
Acho que eu merecia isso
começar do zero
pra acertar em alguma coisa
domingo, 14 de março de 2010
Diário de um usuário
(de ônibus)
I
Tarde Quente
Como as outras
Na janela do ônibus
Passam pessoas
Os buracos na pista atrapalham
só consigo escrever quando o buzu para
Que venha o ponto
Veio o vendedor de dvd
A tia do lado pega dois dvd's
e tenta ler o que eu escrevo
O vendedor fala de aquecimento global
do apocalipse
e quer dar aula de geografia
Mostrou um album de fotos
de cobras
odeio cobra
não comprei
ele desceu
II
Bairro pobre
Alunos na rua
Quadra vazia
Dois coroas ainda falam das cobras
Velho chato é muito chato
Toda hora repete a mesma coisa
Bem que ele poderia descer
E me deixar no silêncio
III
Rua esburacada
Rasurei o texto
Tá foda o asfalto da cidade
Acabei de notar
Que eu como filho dessa cidade
Nunca falei dessa velha mãe
Que nos trata tão mal
Estou em falta
mas não pago hoje
a caneta tá falhando
IV
Andar em Salvador é ver prédios
favelas crescendo
e prédios sendo construídos
Carros, muitos carros
e onibus
no plural
Me perco nos escritos
e sonho com alguém que não existe
A caneta resolveu funcionar
Melancolicamente termina esse texto
Com o ônibus chegando no final de linha
e tudo termina assim
I
Tarde Quente
Como as outras
Na janela do ônibus
Passam pessoas
Os buracos na pista atrapalham
só consigo escrever quando o buzu para
Que venha o ponto
Veio o vendedor de dvd
A tia do lado pega dois dvd's
e tenta ler o que eu escrevo
O vendedor fala de aquecimento global
do apocalipse
e quer dar aula de geografia
Mostrou um album de fotos
de cobras
odeio cobra
não comprei
ele desceu
II
Bairro pobre
Alunos na rua
Quadra vazia
Dois coroas ainda falam das cobras
Velho chato é muito chato
Toda hora repete a mesma coisa
Bem que ele poderia descer
E me deixar no silêncio
III
Rua esburacada
Rasurei o texto
Tá foda o asfalto da cidade
Acabei de notar
Que eu como filho dessa cidade
Nunca falei dessa velha mãe
Que nos trata tão mal
Estou em falta
mas não pago hoje
a caneta tá falhando
IV
Andar em Salvador é ver prédios
favelas crescendo
e prédios sendo construídos
Carros, muitos carros
e onibus
no plural
Me perco nos escritos
e sonho com alguém que não existe
A caneta resolveu funcionar
Melancolicamente termina esse texto
Com o ônibus chegando no final de linha
e tudo termina assim
quinta-feira, 4 de março de 2010
Tiso
Palestra sobre Getulismo numa república do PCO (ia rolar churrasco depois)
Rui Pimenta diz "boa noite"
Uma amiga bêbada não para de rir.
Ele tenta de novo
Ela ri de novo
Vinte minutos disso
Ninguém do Partido faz nada a respeito
Surreal
Ps: O texto não é meu, mas um camarada postou no orkut essa história interessante, resolvi postar aqui. O título é o nome do autor de verdade :D
Rui Pimenta diz "boa noite"
Uma amiga bêbada não para de rir.
Ele tenta de novo
Ela ri de novo
Vinte minutos disso
Ninguém do Partido faz nada a respeito
Surreal
Ps: O texto não é meu, mas um camarada postou no orkut essa história interessante, resolvi postar aqui. O título é o nome do autor de verdade :D
quarta-feira, 3 de março de 2010
O suicídio do Sol
(Ou um auto questionamento camuflado numa metáfora triste)
¿ Poderia o Sol se por
Antes da hora ideal
E se ele resolvesse
Simplesmente querer partir ?
Se o nosso astro julgasse
Que não tem mais importância aqui
OS homens tem sua própria luz
O mundo tem sua luz
Sendo culpado pelo calor
O astro-rei decide se despedir
E pula num buraco negro
Deixando uma triste carta despedida
Para sua amiga Lua
Será que sentiram a falta dele
Depois de alguns dias
Sem calor nas ruas
E se o Rei Sol
Pudesse voltar e ver a reação
De todo mundo sem Sol
O que ele mais queria
Ficaria feliz em notar
Que as pessoas ficaram mais felizes
COm menos calor
OU triste em notar
Que as pessoas nem se importaram
Com sua falta
¿ Poderia o Sol se por
Antes da hora ideal
E se ele resolvesse
Simplesmente querer partir ?
Se o nosso astro julgasse
Que não tem mais importância aqui
OS homens tem sua própria luz
O mundo tem sua luz
Sendo culpado pelo calor
O astro-rei decide se despedir
E pula num buraco negro
Deixando uma triste carta despedida
Para sua amiga Lua
Será que sentiram a falta dele
Depois de alguns dias
Sem calor nas ruas
E se o Rei Sol
Pudesse voltar e ver a reação
De todo mundo sem Sol
O que ele mais queria
Ficaria feliz em notar
Que as pessoas ficaram mais felizes
COm menos calor
OU triste em notar
Que as pessoas nem se importaram
Com sua falta
terça-feira, 2 de março de 2010
La mia tintarella di Luna
A alma cansada pede
Uma viagem ao mundo dos sonhos
Onde tudo é bom
Onde é possível ser feliz
A menina dança alegre
O Sol Azul brilha
E uma chuva alegre cai
Ao mesmo tempo
Um banho de chuva
A menina de cabelos vermelhos como companhia
A lua da madrugada como testemunha.
Uma viagem ao mundo dos sonhos
Onde tudo é bom
Onde é possível ser feliz
A menina dança alegre
O Sol Azul brilha
E uma chuva alegre cai
Ao mesmo tempo
Um banho de chuva
A menina de cabelos vermelhos como companhia
A lua da madrugada como testemunha.
Um escrito
Quero asas pra voar
Pra fora da sala sufocante
Como um novo voo de Icaro
Ir pra qualquer lugar
Já conformado com as asas derretendo
Aproveitando o Sol de verão
Ir caindo bem devagar
Enquanto o chão te espera, desafiador
Uma nova perspectiva o anima
E como do chão ele não passa
E hora de deixar uma marca
Levantar
E seguir em frente
Olhar pra trás é perda de tempo
Contar as feridas da alma é impossível
Ele está entre nós
Enquanto suas asas novas não chegam
Pra fora da sala sufocante
Como um novo voo de Icaro
Ir pra qualquer lugar
Já conformado com as asas derretendo
Aproveitando o Sol de verão
Ir caindo bem devagar
Enquanto o chão te espera, desafiador
Uma nova perspectiva o anima
E como do chão ele não passa
E hora de deixar uma marca
Levantar
E seguir em frente
Olhar pra trás é perda de tempo
Contar as feridas da alma é impossível
Ele está entre nós
Enquanto suas asas novas não chegam
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Um escrito platônico pra ser guardado
De longe da pra ver
Seus cabelos vermelhos
E seu jeito alternativo
Ela está no ponto
esperando o ônibus
Sua camisa de banda e seus oculos escuros
Combinam perfeitamente
E lá está ela
Nosso ônibus chega
E ela vai embora
Eu espero até o dia seguinte
Onde esse breve escrito recomeça
E assim durante toda a semana
Seus cabelos vermelhos
E seu jeito alternativo
Ela está no ponto
esperando o ônibus
Sua camisa de banda e seus oculos escuros
Combinam perfeitamente
E lá está ela
Nosso ônibus chega
E ela vai embora
Eu espero até o dia seguinte
Onde esse breve escrito recomeça
E assim durante toda a semana
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Sem Título III
A volta à rotina
É a volta ao eterno desânimo
E o contínuo pensamento em desistir
Onde estão os ET's
Que abduziam as pessoas
Sumiram, saíram de moda
Estou precisando de uma visita
Urgente
Quero ir pra um lugar melhor
Não quero lembrar
Que pertenci a esse mundo
Que vivi essa minha vida
Quando eu acordar em outra galáxia
Notarei com alegria
Que foi apenas um longo pesadelo
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Éolo
O vento é o ar em movimento
Essa rima é inútil
Mas queria começar rimando
Com esse calor desgraçado
Aqui próximo do Equador
Não é tão inutil que o ar se mova
Talvez por isso vim escrever na rede
Pegar ônibus me inspira a escrever
mas hoje eu saí apressado
Esqueci o bloco e a caneta em casa
Sento aqui com o violão
pensando em alguma canção
Mas se só uma eu sei tocar
Então pra que tanto pensar ?
Na verdade eu sei algumas
Mas a rima estava pronta assim
E deveria terminar ali
No auge
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Estação Cogumelo
Ponto vazio
uma tia gorda esperando
O que mais tem na ruas são essas tias
Hoje eu não perdi o buzu
mas tô com fome
Eu sempre dou azar com esse ônibus
Vento massa aqui na estação
carros passam e voltam
outros vão de novo
nunca mais os verei
ou não
A estação é colorida
espectros mágicos multi-coloridos
Um vórtex psicodélico
Os pombos voam loucamente, ou dançam ?
Motivados por algo lisérgico
A tia gorda se foi
o ácido acabou aqui
Eis que ela volta dançando, apoiada na muleta
Se agarrando com o policial
Surreal
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Escrevendo na Rede
I
Uma rede, um violão
Um dia de Sol e céu bem azul
Na vizinhança, nenhum barulho
Árvores dos lados e um vento agradável
Solitário, ele escreve
Olhando as aves voando
E cantando algum refrão
de alguma canção
Um bicho estranho tenta se aproximar
Talvez querendo contar algo
Pode ser o segredo da vida
Mas ele voava contra o vento
Foi um esforço inútil
Viver é um esforço inútil
E o segredo da vida é só pra aqueles
que vivem a favor do vento
II
Embaixo do telhado do meu vizinho
Protegidas do Sol estão dois pombos
Discutindo sobre algo relevante
Talvez economia ou futebol
Comendo e sujando a parede
Agora um voou pro telhado de cá
Provavelmente veio ler o que eu escrevia dele
Pombo Mal educado !
Foram embora os dois
Confabulando em outro lugar
E por isso esse texto tem que acabar aqui
III
Lá longe passa um avião
Passando como um ponto no céu
Mas e se ele cair de lá
E morrer todo mundo...
Eu por acaso seria testemunha
Ou cumplice de um crime sem culpado ?
Ele passou rápido
e foi embora
Fiquei menos preocupado
e menos culpado
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Robert Enke
Todos imaginam que somos felizes
Até que tomamos uma decisão
A de acabar com essa mentira
Que é nossa vida
E se guardamos as tristezas
É porque não nos entenderiam
Ou simplesmente ignorariam
Provavelmente sejamos loucos
Ou acomodados
Pessoas que não querem ser felizes
No nosso mundo extraordinário
Até que tomamos uma decisão
A de acabar com essa mentira
Que é nossa vida
E se guardamos as tristezas
É porque não nos entenderiam
Ou simplesmente ignorariam
Provavelmente sejamos loucos
Ou acomodados
Pessoas que não querem ser felizes
No nosso mundo extraordinário
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Três atos
I
Acho engraçado que chorem minha morte
Vocês que sempre riram da minha aparência feia
Ou da barba irregular e falhada
Vocês que riam da minha falta de jeito
Eu que fui apenas um cara legal
Daqueles que não é bom ficar por perto
Um pária, evitável
II
Vida desgraçada
Vou me afastando de você
Um pouco mais a cada dia
Para que possa ir embora
sem que seja notado
No fim da tarde, um poente
Sem deixar saudade
Não diga que sou importante
Por consolo ou falsidade
Sempre tive a noção clara
De minha irrelevância
III
As horas passam arrastando
Como a areia numa ampulheta
Os dias do calendário são iguais
Nem sei que dia é hoje
Sei que não quero um amanhã
Que tenha que chamar de hoje
Aqui morre um cara feio, triste e solitário
Acho engraçado que chorem minha morte
Vocês que sempre riram da minha aparência feia
Ou da barba irregular e falhada
Vocês que riam da minha falta de jeito
Eu que fui apenas um cara legal
Daqueles que não é bom ficar por perto
Um pária, evitável
II
Vida desgraçada
Vou me afastando de você
Um pouco mais a cada dia
Para que possa ir embora
sem que seja notado
No fim da tarde, um poente
Sem deixar saudade
Não diga que sou importante
Por consolo ou falsidade
Sempre tive a noção clara
De minha irrelevância
III
As horas passam arrastando
Como a areia numa ampulheta
Os dias do calendário são iguais
Nem sei que dia é hoje
Sei que não quero um amanhã
Que tenha que chamar de hoje
Aqui morre um cara feio, triste e solitário
sábado, 16 de janeiro de 2010
R.I.P
Uma morte inesperada
Era uma pessoa mui amada
Morreu de que ?
Não se sabe
Está lá no caixão
Não é mais nada
E por acaso antes era algo ?
No seu enterro
Três pessoas
Curiosos
Seus parentes e amigos estavam ocupados
Ele morreu no dia errado
Ele nasceu no dia errado
Na verdade, toda a sua vida foi um grande erro
Sempre tímido
Vendo tudo como se estivesse de fora
De passagem
Tinha a exata noção de que ocupava espaço demais
Ainda que não fosse grande
Morreu numa madrugada silenciosa
Sozinho no quarto escuro
Evitou fazer barulho, sujeira e bagunça
Não queria ser um estorvo mais uma vez
Que recolhessem a sujeira e continuassem a vida
O que não seria difícil
Durante todo esse tempo
Foi como se nunca existisse
Sabia que nunca fez diferença
Era uma pessoa mui amada
Morreu de que ?
Não se sabe
Está lá no caixão
Não é mais nada
E por acaso antes era algo ?
No seu enterro
Três pessoas
Curiosos
Seus parentes e amigos estavam ocupados
Ele morreu no dia errado
Ele nasceu no dia errado
Na verdade, toda a sua vida foi um grande erro
Sempre tímido
Vendo tudo como se estivesse de fora
De passagem
Tinha a exata noção de que ocupava espaço demais
Ainda que não fosse grande
Morreu numa madrugada silenciosa
Sozinho no quarto escuro
Evitou fazer barulho, sujeira e bagunça
Não queria ser um estorvo mais uma vez
Que recolhessem a sujeira e continuassem a vida
O que não seria difícil
Durante todo esse tempo
Foi como se nunca existisse
Sabia que nunca fez diferença
Seria uma nave
Sol, céu azul
Na TV uma propaganda do carnaval
Pra quem se acostumou a ficar sozinho
A Festa não existe
Uma nave num vórtice
Um piloto solitário
Voando na velocidade da luz
Pra fugir
Pra bem longe
Pro mundo dos sonhos
Na TV uma propaganda do carnaval
Pra quem se acostumou a ficar sozinho
A Festa não existe
Uma nave num vórtice
Um piloto solitário
Voando na velocidade da luz
Pra fugir
Pra bem longe
Pro mundo dos sonhos
domingo, 3 de janeiro de 2010
Breve relato de coisas variadas
Faltou Luz
Achei um bom momento pra escrever
É interessante escrever assim, porque nem eu leio
E o resultado final é surpresa até pra mim
Além disso, posso escrever pro céu chuvoso
Ele não está bonito, as estrelas sumiram, a lua também
Gosto dele assim
Sombrio, chuvoso, triste
O vento frio reforça a sensação
Meu irmão tá andando pela casa
Ele odeia falta de luz
Quando era mais novo ele tinha medo
Eu me pergunto, quem vai ler isso
A ninguém vai interessar minhas bobagens
Eu escrevo não pra me sentir melhor
Mas talvez pra me ver no texto
que obviamente é ruim
Desconheço métrica
Não possuo recurso conhecido pelos que vivem disso
Ou tentam, pelo menos
A letra ainda está mais feia que o normal, eu imagino
A animação e as expectativas de inicio de ano também me contagiaram
A diferença é que pra mim já passou
2010 está um saco
Não fosse ano de Copa, já seria digno pular da janela, ou se enforcar
Minhas alegrias sempre foram assim, externas e idependentes de mim
Sempre foram e sempre serão
Esse texto nasceu após uma amiga dizer que não queria ser impotunada no celular
Vim na janela tomar chuva e vento e a chuva apertou
A falta de energia foi inspiradora, mas já chega
No próximo reveillon espero não me animar, espero que não tenha reveillon
Esse texto é visivelmente sem nexo
Achei um bom momento pra escrever
É interessante escrever assim, porque nem eu leio
E o resultado final é surpresa até pra mim
Além disso, posso escrever pro céu chuvoso
Ele não está bonito, as estrelas sumiram, a lua também
Gosto dele assim
Sombrio, chuvoso, triste
O vento frio reforça a sensação
Meu irmão tá andando pela casa
Ele odeia falta de luz
Quando era mais novo ele tinha medo
Eu me pergunto, quem vai ler isso
A ninguém vai interessar minhas bobagens
Eu escrevo não pra me sentir melhor
Mas talvez pra me ver no texto
que obviamente é ruim
Desconheço métrica
Não possuo recurso conhecido pelos que vivem disso
Ou tentam, pelo menos
A letra ainda está mais feia que o normal, eu imagino
A animação e as expectativas de inicio de ano também me contagiaram
A diferença é que pra mim já passou
2010 está um saco
Não fosse ano de Copa, já seria digno pular da janela, ou se enforcar
Minhas alegrias sempre foram assim, externas e idependentes de mim
Sempre foram e sempre serão
Esse texto nasceu após uma amiga dizer que não queria ser impotunada no celular
Vim na janela tomar chuva e vento e a chuva apertou
A falta de energia foi inspiradora, mas já chega
No próximo reveillon espero não me animar, espero que não tenha reveillon
Esse texto é visivelmente sem nexo
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