segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Três atos

I

Acho engraçado que chorem minha morte
Vocês que sempre riram da minha aparência feia
Ou da barba irregular e falhada
Vocês que riam da minha falta de jeito
Eu que fui apenas um cara legal
Daqueles que não é bom ficar por perto
Um pária, evitável

II

Vida desgraçada
Vou me afastando de você
Um pouco mais a cada dia

Para que possa ir embora
sem que seja notado
No fim da tarde, um poente
Sem deixar saudade

Não diga que sou importante
Por consolo ou falsidade
Sempre tive a noção clara
De minha irrelevância

III

As horas passam arrastando
Como a areia numa ampulheta
Os dias do calendário são iguais
Nem sei que dia é hoje

Sei que não quero um amanhã
Que tenha que chamar de hoje


Aqui morre um cara feio, triste e solitário

Um comentário:

  1. E esse poema me deixou aflita por um dia todo....¬¬'
    Mesmo tendo ficado excelente,eu gostei não gostando.

    ResponderExcluir

Comentar é grátis, aproveite