Eu invejo Brás Cubas
e quero ser um defunto autor
Daqueles que levantam das tumbas
sem fome, sem dor
Setenta virgens espero no céu
Um violão bonito e afinado
A inocência das meninas sem pecado
E não a sujeira do bordel
Ver o tempo passar bem a vontade
longe das ameaças e perigos
E sem o peso da responsabilidade
olhar por todos os amigos
O bem deles sempre peço
E com Deus ao meu lado
pedirei com mais cuidado
Porque os amo, confesso
II
Como um anônimo desbravador
Corro pela linha da história
Saboreio cada momento, cada glória
para inveja do historiador
Desde a queda da bastilha
Um sans-cullotte avança
O rei e sua família
Tentam fugir da França
A altivez de Napoleão
num verso simples, cru
do herói de uma nação
ao herói de Waterloo
Estiveram nas tabernas todo dia
Os poetas que morreram cedo
E ao partirem sem nenhum medo
São minha inspiração na poesia
O soldado que estava por casar
teve seu plano arruinado
Foi convocado
porque sabia atirar
Não se preocupe, amor
Eu ainda volto pra ti
E numa árvore ele riscou
Ich liebe Dich
Morreu longe da sua terra
como prisioneiro de guerra
perdeu a vida que sempre quis
pela honra de seu país
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