segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Blues do tédio

Tic tac
sete e pouco
Não vejo gente
não vejo nada
Só ouço o barulho do tédio
Um silêncio na mente
Um vazio nesse prédio
Sem remédio - tô ficando louco

A hora insiste em não passar
Cabeça vazia - diz o ditado
É Oficina do diabo
Começo a pensar
no meu lugar no mundo
Nos sentimentos nesse vagar

Meus sentimentos não são o mesmo a todo tempo
Às vezes ódio
Ás vezes ressentimento
Oscilo pra lá e pra cá como um pêndulo
Um incenso de igreja incensando
desgraças por onde passo
Um fracasso

Desisto
Ou não desisto
Não desisto de escrever essas linhas
pensadas na pressa em algum lugar
sem muito tempo de rimar
que me exigiu correr pra escrever
antes que a ideia fugisse
parecia bonito na cabeça
Parecia uma beleza
A métrica no improviso sempre parece boa
Depois vira uma canoa - furada
A tal da palavra

Dizem que a palavra muda o mundo
Muda é o caralho
O que muda é a nove milímetros
Bala quente sem pena nem glória
Pow
Virou história

E um outro que conte
Eu estou longe

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