quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Internas

Se não fui eu quem quis
Afastar nós dois
Me diga o que fiz
Que fui ignorado depois

O que tenho é um coração ferido
Dentro de um espírito magoado
Ainda me sinto zonzo, perdido
e tenho o ego humilhado

Deveria jogar tudo em suas costas
que é responsabilidade sua
deixei minhas fraquezas expostas
a dor veio violenta e crua

Vejo que meu erro foi então
apostar nisso de verdade
que te dar assim meu coração
me traria felicidade

Sonho Americano

Meu sonho de America Latina
é algo meio Che Guevara
envolve uma mochila e um amigo
que tenha a coragem e a cara
de rir pra qualquer perigo
de achar prata numa mina

Uma mulher por cidade
Belas muchachas de longos cabelos
Que gemem no ouvido em Espanhol
Sejam livres, sem vaidade
Pra dormir ao nascer do Sol
Numa orgia de suor, saliva e cheiros

Buenos Aires, Santiago, Potosí, La Paz
Cruzar os andes e ver o pacífico
Que eu encontre algo mais
que inspiração num cenário artístico

Quero me encontrar comigo
Deixar as tristezas para trás
Embarcar em séculos de história
Ver Macchu Picchu com sua glória
Me preservar nesse abrigo
A casa dos nossos ancestrais

sábado, 26 de janeiro de 2013

Confissão

Cadê você que já encheu essa cama
Pra voltar e dizer que me ama
Sussurrar no meu ouvido que voltou pra mim
Me abrace e diga teu lugar é aqui

É uma pena quando algo se acaba
Foi meu cabelo, se foi minha barba
Tento manter a dignidade
Inventando uma própria realidade

mas de noite eu olho pro teto
como seria bom você por perto
quem vai me abraçar ?
dizer - Eu te amo - e me beijar

Se não choro de madrugada
Não é questão ultrapassada
É que também já secou
De tanta lágrima que chorou

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Estágios II

A alma não estava pronta
e julgou uma afronta
O assassinato do sentimento
O ignorar do sofrimento

Mas o poeta sobreviveu
E seu coração escreveu
O papel foi quem deu atenção
quando falou sua emoção

Se quer saber não se sinta mal
que já chega o carnaval
Onde os artistas cantam
e os corpos amam

Todos vocês assistirão
O poeta vencer o verão
E cantar pra quem não cantou
Sorrir pra quem o abandonou

domingo, 20 de janeiro de 2013

Estágios


O amor bem sabe que dói
é ácido que vem e corrói
Quando parte, fica o lamento
Um choro a noite, de sofrimento

A noite se torna vazia
E a madrugada mais fria
Conjugar o verbo superar
é tão difícil quando respirar

Fingor que ela não existe
Pode deixar o dia menos triste
mas numa tarde inocente
você surge inconscientemente

Mas é necessário esquecer
A vida te puxa pra viver
É bom que encontre o embalo
mesmo que ainda sinta o abalo

Naquela fase que tudo é lembrança
E mais nada é esperança
Ainda se vê apertada
a imagem da então amada

Quando tudo dava certo
Quando ela estava perto
Quem fez tudo mudar ?
Quem deixou o sonho acabar ?

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A sorte ou algo de destino

Quero a sorte de um amor intenso
Dois corpos suados de madrugada
Que seja assim como penso
E de manhã ainda estejas acordada

Só me diga onde você mora
Em que parte dessa cidade
Vou te buscar e vou agora
Penso em versos e amor de verdade

Amor próprio sei que tenho
Mas ninguém quer passar sozinho
Me chame, pois eu venho
Te dar algo de carinho

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Juazeiro

O Sol do sertão não descansa
mata o bode, seca o chão
Nessa estrada de silêncio e solidão
Não se vê nem brincadeira de criança

Nesse calor que seca a alma
E a sombra é raridade
Sobrevive bravamente a palma
No mormaço abafado da cidade

Perto do rio que parece mar
Quero me livrar das coisas negativas
Aproveito pra então nadar
E deixo a mente ativa

Que segredos deixamos ao viajar
e nosso corpo não leva inteiro
há algo de místico no ar
E diferente no ar de Juazeiro