Tô triste, tô feliz
Tô triste, tô feliz
Quero sair na rua
abraçar o mundo
E logo quero meu quarto, solitário
O dia claro e bonito
vira a noite escura
o ceu tranquilo e sereno
transforma-se na tempestade raivosa
Quero viver 100 anos
criar os filhos
mimar os netos
Morrer serenamente numa casa de campo
ao lado da velha companheira
Morrer violentamente
enforcado no próprio quarto
Engrossando as estatísticas de suicídios
entre jovens de grandes cidades
domingo, 29 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Pequeno texto
Se começo a escrever
me empolgo
O texto surge rápido
Na mente ociosa
É de tarde
estou no ônibus
a janela aberta traz
o vento agradável da tarde
Agora não chove
mas choveu mais cedo
perto de uma favela
prédios de luxo são construídos
A cidade cresce
como um canteiro de obras
Não vai demorar muito
pra destruirem o resto de floresta
e o caminho pra casa virar uma floresta de concreto
poluída e barulhenta
Assim estão as coisas
na capital da Bahia
um foi assassinado
outro executado
assim passou na TV
bem na hora do almoço
me empolgo
O texto surge rápido
Na mente ociosa
É de tarde
estou no ônibus
a janela aberta traz
o vento agradável da tarde
Agora não chove
mas choveu mais cedo
perto de uma favela
prédios de luxo são construídos
A cidade cresce
como um canteiro de obras
Não vai demorar muito
pra destruirem o resto de floresta
e o caminho pra casa virar uma floresta de concreto
poluída e barulhenta
Assim estão as coisas
na capital da Bahia
um foi assassinado
outro executado
assim passou na TV
bem na hora do almoço
domingo, 15 de agosto de 2010
Mais um soneto
Posso ver pela janela
Là forá há uma tempestade
Mas no fundo a verdade
é que estou pensando nela
Lá fora faz frio
e aqui me sinto sozinho
Sem que nenhum carinho
Venha esquentar meu coração vazio
Numa folha sem sentimentos
Uma tinta preta
Vai dando forma aos lamentos
Portando apenas uma caneta
escrevendo seus sofrimentos
que ficarão esquecidos numa gaveta
Là forá há uma tempestade
Mas no fundo a verdade
é que estou pensando nela
Lá fora faz frio
e aqui me sinto sozinho
Sem que nenhum carinho
Venha esquentar meu coração vazio
Numa folha sem sentimentos
Uma tinta preta
Vai dando forma aos lamentos
Portando apenas uma caneta
escrevendo seus sofrimentos
que ficarão esquecidos numa gaveta
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Versos perdidos numa madrugada qualquer
O céu está tão claro
Que a madrugada parece dia
O vento que bate na palmeira
é o mesmo que balança a minha bandeira
Mas de repente
tudo mudou
O tempo fechou
Começou a chover
A julgar pela indecisão
Eles estão brigando lá em cima
eles que se resolvam
eu só quero dormir
Que a madrugada parece dia
O vento que bate na palmeira
é o mesmo que balança a minha bandeira
Mas de repente
tudo mudou
O tempo fechou
Começou a chover
A julgar pela indecisão
Eles estão brigando lá em cima
eles que se resolvam
eu só quero dormir
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Licença
Se eu tenho licença poética
Então posso rimar
Dilema com pobrema
Ninguém pode me criticar
Posso até misturar idiomas, ¿ no puedo ?
Yes, i can
Excuse moi, sunt eu un poet
Posso me dar ao luxo
de não seguir nenhuma métrica
E escrever um verso tão grande quanto esse só pra cansar o leitor
Continuando com outro tão grande quanto, sem chegar a nenhuma conclusão
Posso rimar versos
e fazer um poema musicado
mas também posso escrever
sem rimar porra nenhuma
Essa tal licença poética
transforma o cara no Deus da escrita
passando por cima das leis
do idioma de Camões
pobre Camões
Nem um ditador tem tanto poder
Quanto o humilde poeta
Com seu papel e caneta
ele não assina leis
e nem precisa
tem licença poética
pra falar de tudo
e fazer tudo
como quiser
Então posso rimar
Dilema com pobrema
Ninguém pode me criticar
Posso até misturar idiomas, ¿ no puedo ?
Yes, i can
Excuse moi, sunt eu un poet
Posso me dar ao luxo
de não seguir nenhuma métrica
E escrever um verso tão grande quanto esse só pra cansar o leitor
Continuando com outro tão grande quanto, sem chegar a nenhuma conclusão
Posso rimar versos
e fazer um poema musicado
mas também posso escrever
sem rimar porra nenhuma
Essa tal licença poética
transforma o cara no Deus da escrita
passando por cima das leis
do idioma de Camões
pobre Camões
Nem um ditador tem tanto poder
Quanto o humilde poeta
Com seu papel e caneta
ele não assina leis
e nem precisa
tem licença poética
pra falar de tudo
e fazer tudo
como quiser
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Janela
Chove na rua
chuva fina e melancólica
Daquelas que batem de leve
no vidro da janela
E a gente pensa longe
Crianças saindo da escola
Sinto vontade de ser criança
de viver sem preocupação
e sem nada que me faça infeliz
Se eu pudesse voltar no tempo
Acho que faria tudo diferente
Porque ser eu não tem graça
E é muito frustrante
Mas como diz o poeta
tenho 20 anos e estou morrendo
de desgosto, de tristeza
por ter que acordar e levantar
e viver minha vida medíocre
Porque o relógio não pode correr
E passar um ano a cada noite que eu durmo
chuva fina e melancólica
Daquelas que batem de leve
no vidro da janela
E a gente pensa longe
Crianças saindo da escola
Sinto vontade de ser criança
de viver sem preocupação
e sem nada que me faça infeliz
Se eu pudesse voltar no tempo
Acho que faria tudo diferente
Porque ser eu não tem graça
E é muito frustrante
Mas como diz o poeta
tenho 20 anos e estou morrendo
de desgosto, de tristeza
por ter que acordar e levantar
e viver minha vida medíocre
Porque o relógio não pode correr
E passar um ano a cada noite que eu durmo
domingo, 1 de agosto de 2010
Poema sem título
Um buraco profundo
Sem saída
Uma noite eterna
Assim está minha vida
E não sei o que faço
Não sei o que quero
Se tenho força ou vontade
Pra sair daqui
Talvez fosse melhor
acabar tudo de uma vez
Aproveitar a noite eterna
e dormir para sempre
Sem saída
Uma noite eterna
Assim está minha vida
E não sei o que faço
Não sei o que quero
Se tenho força ou vontade
Pra sair daqui
Talvez fosse melhor
acabar tudo de uma vez
Aproveitar a noite eterna
e dormir para sempre
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