quinta-feira, 27 de maio de 2010

Bairro, poesia e Sol

Na ladeira que o ônibus desce
Meninas compram sorvete
Um coroa corta o cabelo
E a tia vai na lan House

Os meninos que voltam da escola
A tia do café na porta
A dona da lanchonete
E o cara que tá lndo meu texto

Esses versos não querem dizer nada
Estou numa falta de criatividade
E me obriguei a escrever algo
Pra sair algo bom

Admiro o poeta
Que repara os mínimos detalhes
E consegue falar tão magicamente sobre eles
Eu não consigo

O vento que entar pela janela
O Sol de fim de tarde
Cansado do expediente
Querendo ir embora

Quando chegar em casa
Não encontrará sua Lua
Não sou tão importante como o Sol
mas sei o que ele sente

terça-feira, 18 de maio de 2010

Soneto Aleatório

Um soneto sobre nada importante
Sem ligação com o real
Como uma manada de elefantes
Parada esperando o sinal

No trânsito caótico urbano
O caipira não passa aborrecimento
Monta no seu pé-de-pano
E escapa do engarrafamento

Se eu disser que ouço estrelas
Me chamarão de louco
E só é possível vê-las

Mas vá ao mundo das quimeras
Se esforce um pouco
E poderá falar com elas

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sentido

O sentido da vida
não é rimar poesias
Nem viver de falsas alegrias
Uma sensação perdida

Ao inferno com tudo isso
A vida não faz sentido algum
Nascemos com data pra partir
E vamos sem deixar notícias

A menos que se coma a ambrosia
da sonhada vida eterna

terça-feira, 11 de maio de 2010

Nyx

Atmosfera Sombria
Ninguém na avenida
A cidade dormia
Sentiu-se só na vida

Tocou uma nota qualquer
Um fá ou si bemol
Chegou Apolo com o Sol
Sonhava com uma mulher

Horas antes da alvorada
SOnhava com sua amada
Acordou risonho
Do seu belo sonho

Concluiu Quando acordou
Que nem mesmo na natureza
Existia mais beleza
Do que no rosto que amou

II

Nao pode como Icaro, voar
Conformado com o sofrimento
E lembrando por um momento
Que é condenado a amar

Pois tem alma de criança
E mesmo naquela hora
Da maldita caixa de Pandora
Não perdeu a esperança

Pra terminar esse poema
Apagando as luzes da cidade
Não tenho como fazê-lo, verdade
Eis aí o meu dilema

Dormir na companhia da lua
e perder a inspiração
ou escrever de coração
e dormir com o Sol na rua

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Assim Seja

O que escreve esses versos
Não escolheu nascer
E se tivesse essa oportunidade
Queria ter sido abortado
Para ir pro paraíso
Sem o desgosto de viver

No paraíso é sempre um belo dia
Bela paisagem e pessoas felizes
E nunca, nunca se está só

II

Vida desgraçada
Se arrasta como a areia
Se arrasta na ampulheta
Devagar, mas chegando
ao seu destino inexorável

Espero com paciência
Que a areia escorra
Nessa tortura lenta
Dia após dia

Deus não teve pena de minh'alma
Ao me traze aqui pra sofrer
E com seu jeito sádico
Deve estar rindo de mim

III
Quanta amargura se esconde
Atrás do meu sorriso amarelo
Se sempre quero chorar
Quando disfarço e sorrio

domingo, 2 de maio de 2010

Fim...

A cada dia que passa
Risco no calendário
Como a contar o tempo
Pra sair dessa prisão

Grades feitas por mim mesmo
Numa existência medíocre
Não culpo nada nem ninguém
Pelo meu pobre eu

Escrevo porque espero
Não acordar amanhã
E caso alguém entre no quarto
verá isso escrito ao meu lado
Sábera o que eu sinto
já que nunca se interessaram

Podem ignorar e jogar fora
Mas não me importa mais
Fico feliz em deixar algo escrito
Que não seja uma melosa despedida

sábado, 1 de maio de 2010

Soneto sobre algo

Já que sonhar é de graça
Eu abuso do direito
Sem que eu nada faça
Sem alegria em meu peito

De madrugada alguém chora
E não é mera ilusão
Nessa silenciosa hora
POde-se ouvir o coração

Sofre, pobre alma
Sabes que logo vai partir
Espera, tenha calma

E se desistiu da esperança
Cansou de sorrir
Pois perdeu o espírito de criança